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Bolsas da Europa e Ásia se recuperam de perdas recentes, mas Nova York cai

Investidores europeus e asiáticos optaram por já precificar uma possível reabertura dos países, apesar do avanço da covid na Ásia; em Nova York, alta da inflação dos EUA preocupa

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Por Redação
Atualização:

As Bolsas da Ásia e da Europa fecharam em alta nesta terça-feira, 18, com o mercado asiático se recuperando de perdas recentes, enquanto os europeus se mantêm positivos com o processo de reabertura do bloco. Já em Nova York, o clima foi de queda, com os investidores à espera do posicionamento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre a economia dos Estados Unidos.

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Divulgada hoje, a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no primeiro trimestre registrou queda de 1,8%, confirmando a segunda recessão técnica na região durante a pandemia. Apesar do dado, a Capital Economics estima que a imunização da população europeia deve ajudar na retomada. Ainda na zona do euro, saiu também a balança comercial de março, que mostrou leve queda nas exportações, e alta de 5,6% nas importações. 

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que a perspectiva a curto prazo nas economias da União Europeia é positiva, graças à vacinação, que ainda é lenta. Ela alertou, no entanto, que ainda há "incertezas" provocadas pela pandemia e, por isso, é "essencial que as políticas fiscal e monetária na Europa não sejam alteradas tão cedo". 

Na Europa, investidores apostam na reabertura, apesar do lento processo de vacinação. Foto: Violeta Santos Moura/Reuters

Nos EUA, o dia também foi de grande expectativa pelo posicionamento do Fed sobre a economia americana. Hoje, a entidade divulgou o discurso que o vice-presidente para Supervisão, Randy Quarles, fará na Câmara. No texto, Quarles diz que a economia dos EUA está "iniciando uma forte recuperação, que ainda não está completa". Em seu discurso, ele sinalizou ainda que algumas "empresas e famílias estão vulneráveis" e que o papel do Fed, neste momento, "é apoiar o sistema financeiro e a economia até o fim desta transição".

Bolsas de Nova York

Em Nova York, o temor de que a inflação não seja "temporária", como vem afirmando o Fed, colaborou para derrubar os índices, em especial as ações do setor de tecnologia. Os três maiores índices, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram 0,78%, 0,85% e 0,56% cada.

Já favorecidos por uma possível alta da inflação, vista como um sinal da retomada da economia americana e também o fim de medidas de estímulos, como os juros baixos, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano voltaram a subir hoje. Os papéis com vencimento para dez e trinta anos avançaram 1,6% e 2,36% cada. A alta desses ativos ajuda a derrubar a cotação da Bolsa, por serem opções mais seguras de investimento, promovendo uma debandada de recursos.

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Bolsas da Europa

Na Europa, os índices fecharam majoritariamente em alta, com os investidores já precificando o processo de reabertura do bloco. O índice Stoxx 600, que concentra as principais empresas da região, fechou em alta de 0,17%, enquanto a Bolsa de Londres subiu apenas 0,02%, afetada hoje pela realização de lucros das mineradoras.

Milão, Madri e Lisboa ganharam 0,31%, 0,07% e 0,70% cada. Na contramão, as Bolsas de Paris e Frankfurt caíram 0,21% e 0,07% cada, com ações do setor de telecomunicações recuando nos dois países.

Bolsas da Ásia

No continente asiático, investidores deixaram o avanço da doença em países como Taiwan, Cingapura e Índia em segundo plano, optando por já precificar uma possível reabertura da economia local. A Bolsa de Tóquio subiu 2,09%, apesar da queda de 5,1% do PIB do Japão entre janeiro e março, enquanto Hong Kong avançou 1,42% e Seul se valorizou em 1,23%. 

Os índices chineses de XangaiShenzhen avançaram 0,32% e 0,17% cada. A Bolsa de Taiwan teve forte ganho de 5,16%. Na Oceania, a bolsa australiana também subiu 0,60%, com os ganhos liderados por ações de mineradoras e petrolíferas.

Petróleo

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Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, com investidores acompanhando as negociações em torno do acordo nuclear que envolve Irã e potências econômicas mundiais. Informações publicadas pela BBC sobre um possível anúncio sobre o tema, a ser feito amanhã, derrubaram os preços do óleo, mas as quedas foram atenuadas após um representante russo dizer que questões não resolvidas sobre o tema ainda permanecem. Caso seja fechado, o acordo pode aumentar a oferta de petróleo no mercado, em um momento no qual a demanda ainda está prejudicada pela pandemia,

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho fechou em baixa de 1,18%, a US$ 65,50, enquanto o do Brent para julho recuou 1,08% (US$ 0,75), a US$ 68,71. /MAIARA SANTIAGO, GABRIEL CALDEIRA, MATHEUS ANDRADE E IANDER PORCELLA

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