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Bolsas da Europa oscilam com queda das ações de mineradoras

Declínio dos preços dos metais contribui para o desempenho ruim do setor; mercados asiáticos fecham em alta

Por Nathália Ferreira e da Agência Estado
Atualização:

As bolsas européias aproveitam a manhã desta terça-feira, 25, para embolsar parte dos lucros obtidos na segunda, quando os mercados fecharam com valorizações expressivas em reação à ajuda do governo dos EUA ao Citigroup. Às 8h45 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,42%, a Bolsa de Paris tinha leve alta de 0,16% e a Bolsa de Frankfurt caía 0,82%. Na segunda, o índice FTSE 100 de Londres teve sua maior alta porcentual em um dia em 21 anos, ao subir 9,84%.   Veja também: Bovespa sobe 9,4%, com notícias nos EUA e Reino Unido Dólar segue ânimo global nas bolsas e cai 5,52%, a R$ 2,328 De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    As mineradoras assumem o foco das atenções e registram forte queda, especialmente após a BHP Billiton retirar sua oferta hostil pela rival Rio Tinto. O declínio dos preços dos metais por causa da preocupação com uma redução da demanda em meio à desaceleração mundial também contribui para o desempenho ruim do setor. O mesmo temor de demanda faz o petróleo cair mais de 3%. Outro destaque de queda é a seguradora francesa Axa, que perde mais de 10% após ter reduzido sua projeção de lucro para o ano.   A BHP Billiton anunciou que não vai continuar com sua oferta hostil pela Rio Tinto, pois não acredita mais que a compra da rival seria do melhor interesse dos acionistas da BHP. O diretor-executivo da companhia, Marius Kloppers, afirmou que os recentes acontecimentos globais e as conseqüentes quedas nos preços das commodities alteraram as "dimensões de risco" da operação.   Às 8h19 (de Brasília), os papéis da BHP Billiton subiam 13,78%, enquanto Rio Tinto despencava 39,3%. Na esteira, Kazakhmys caía 10%, Antofagasta recuava 7,0% e Xstrata cedia 5,8%.   "Nossa convicção é de que o mundo caminha para mais problemas no médio prazo e ainda não precificamos a extensão do mal-estar econômico", comentou John Hardy, estrategista de mercado do Saxo Bank, em Copenhagen.   Os papéis da seguradora francesa AXA despencavam 11%, depois que o grupo reduziu sua projeção de lucro para 2008, citando a crise financeira, que pressionou as remunerações dos ativos e elevou os custos. A Axa espera agora um lucro no ano fiscal entre 3,6 bilhões de euros e 4 bilhões de euros (US$ 4,62 bilhões e US$ 5,13 bilhões), abaixo da estimativa anterior de 4,96 bilhões de euros.   O petróleo WTI na Nymex eletrônica caía 3,67%, para US$ 52,50 por barril. As ações da Sacyr Vallehermoso despencavam 9,42%, em meio a dúvidas de que a empresa poderá não vender sua participação de 20% na Repsol YPF para a Lukoil. "Há muita pressão política uma vez que a Lukoil é uma empresa russa e há dúvidas sobre o financiamento do acordo", comentou um analista. As informações são da Dow Jones.   Ásia   Os mercados asiáticos seguiram a tendência das bolsas européias e de Wall Street e fecharam em alta. Os investidores da região receberam bem o plano bilionário de resgate do Citigroup, além das medidas de estímulo fiscal que estão sendo preparadas pela equipe do presidente eleito dos EUA, Barack Obama. A exceção foi a China, que apresentou leve baixa devido a fatores internos do país.   A Bolsa de Tóquio, uma das principais do mercado asiático, mostrou sensibilidade especial ao resgate do Citi e, embora tenha reduzido brevemente seus ganhos à tarde, fechou próximo à máxima intraday (durante os negócios). O índice Nikkei 225 ganhou 413,14 pontos, ou 5,2%, e fechou aos 8.323,93 pontos. Ações dos setores imobiliário e financeiro tiveram ganhos particularmente acentuados.   As persistentes preocupações com os ganhos corporativos das empresas em meio à crise financeira global e o desapontamento com a ausência de novas medidas de estímulo por parte do governo levaram as Bolsas da China a fechar em baixa pelo quarto pregão seguido. O índice Xangai Composto recuou 0,4% e encerrou aos 1.888,71 pontos. Já o Shenzhen Composto perdeu 0,2% e fechou aos 531,60 pontos.   A Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, fechou em alta, mas os ganhos foram limitados pela desvalorização das ações de montadoras. O índice Kospi chegou a subir 6,1% na sessão da manhã, mas acabou em alta de 1,4%, fechando aos 983,32 pontos.  Na Bolsa de Sydney, na Austrália, o índice S&P/ASX 200 saltou 5,8%, para fechar aos 3.623,4 pontos.   (com Ricardo Criez e Hélio Barboza, da Agência Estado)

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