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Bolsas de Nova York se recuperam após perdas da sessão anterior; Ásia cai

Índices americanos chegaram a cair mais de 2% no dia anterior, após o resultado muito acima do esperado para a inflação do país; na Ásia, dados foram precificados hoje pelos investidores

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Por Redação
Atualização:

As Bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira, 13, recuperando as perdas de mais de 2% do pregão anterior, após a alta da inflação nos Estados Unidos causar um choque nos índices. Ainda na esteira do desempenho negativo de Wall Street no dia anterior, as Bolsas da Ásia fecharam em queda, enquanto a Europa fechou majoritariamente em alta.

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Ontem, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA mostrou uma alta da inflação de 4,2% nos doze meses encerrados em abril, o maior para o período desde a crise de 2008. Hoje, a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), que subiu 0,6% no mês passado, na comparação com março, também veio acima das estimativas, mas não teve tanto impacto.  

Com a inflação ganhando força no país americano, cresceu o temor de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), comece a endurecer sua política monetária pró-estímulos ainda neste ano. No entanto, especialistas - e os próprios dirigentes do Fed -, já alertaram que as altas são passageiras e não devem se sustentar por muito tempo. A inflação também vem ganhando força mundialmente, em parte por causa da recuperação dos preços das commodities.

Índices americanos conseguiram reparar parte das perdas da sessão de ontem. Foto: Spencer Platt/AFP

"Há muita discussão se essa subida de inflação (nos EUA) vai ser sustentada, alguns economistas apontam que contribuiu para a alta alguns itens mais específicos, como os preços de automóveis usados", aponta Jennie Li, estrategista de ações da XP. "Não está muito claro se a inflação mais alta vai se sustentar por um tempo a ponto de o Fed pensar em começar a agir. Mas, com certeza, é uma preocupação que vai continuar no radar dos investidores globais", acrescenta. 

Ainda nos EUA, os pedidos de auxílio desemprego recuaram para 473 mil na semana encerrada em 8 de maio, de acordo com o Departamento do Trabalho, número inferior à estimativa de 500 mil solicitações de analistas. 

Bolsas de Nova York

Após o forte recuo de ontem, os índices americanos conseguiram recuperar boa parte das perdas na sessão de hoje. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq somaram ganhos de 1,29%, 1,22% e 0,72% cada.

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Já o mercado de títulos do Tesouro, um dos maiores beneficiados pelas projeções de alta da inflação, realizou lucros. O rendimento do papel com vencimento para dez anos caiu 1,68%, enquanto o de trinta anos teve baixa de 2,39%. 

Bolsas da Ásia

Na Ásia, a queda de Wall Street no dia anterior dominou os índices. A Bolsa de Tóquio sofreu um tombo de 2,49%, enquanto a de Hong Kong recuou 1,81% e Taiwan registrou baixa de 1,46%. Já a Bolsa de Seul desvalorizou 1,25%. Os índices chineses de Xangai e Shenzhen cederam 0,96% e 0,81% cada.%

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, em baixa de 0,88%, após fechar em nível recorde no começo da semana. 

Bolsas da Europa

No continente europeu, apenas Londres, Madri e o índice Stoxx 600 (que concentra as principais empresas da região), fecharam em queda, com baixas de 0,59%, 0,46% e 0,14% cada, realizando lucros. No lado positivo, a Bolsa de Paris e Milão subiram ambas 0,14%, enquanto Frankfurt avançou 0,33%. Lisboa teve ganho de 0,20%.

Petróleo

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Os contratos futuros de petróleo registraram queda forte, pressionados pela notícia do retorno às operações no fim da tarde de ontem, em um importante duto que leva combustível para a Costa Leste dos Estados Unidos. As operações foram encerradas logo no começo da semana, após um ataque cibernético. Investidores apostavam no fechamento do duto para ajudar a controlar a oferta do óleo no mercado americano, em um momento no qual a demanda ainda se encontra extremamente fragilizada pela covid.

WTI para junho fechou em baixa de 3,42%, em US$ 63,82 o barril, enquanto o Brent para julho recuou 3,27%, a US$ 67,05 o barril. A queda nas cotações afetou o ganho de importantes petroleiras como a British Petroleum, que recuou 2,20%. /MAIARA SANTIAGO, GABRIEL CALDEIRA, LUÍS EDUARDO LEAL E GABRIEL BUENO DA COSTA

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