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Bolsas esperam que integração seja aprovada em 1 mês

Por MICHELLY TEIXEIRA E CAROLINA RUHMAN
Atualização:

As cúpulas da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e da Bovespa de Valores de São Paulo (Bovespa) esperam que a integração de suas operações seja aprovada pelos acionistas até o fim de abril. No começo do mês que vem, as instituições convocarão assembléia para deliberar sobre o tema. Até o aval dos investidores, as duas ações continuam a ser negociadas normalmente. Enquanto isso, os advogados das duas bolsas trabalham para elaborar o modelo da reestruturação societária que será submetido na reunião. Ainda que a aprovação ao negócio saia antes, um Comitê de Transição funcionará até o dia 31 de dezembro deste ano. A empresa resultante dessa união, provisoriamente chamada de Nova Bolsa, será negociada no Novo Mercado da Bovespa. Seu controle será dividido em partes iguais entre Bovespa e BM&F, na proporção de 50% de ações ordinárias (ON) da nova companhia para cada acionista. A bolsa de futuros pagará um adicional de R$ 1,24 bilhão à Bovespa, recursos que sairão de seu caixa, informou hoje o diretor-geral da BM&F, Edemir Pinto. "Se tudo correr bem, ao final de abril, tendo a assembléia aprovado (a integração), os acionistas receberão este montante", afirmou, reforçando que o pagamento permitirá equalizar as participações das duas bolsas. No mercado, há em torno de 723 milhões de ações da Bovespa e 1,3 bilhão de papéis da BM&F. "Essa é uma integração de iguais." Como o capital das duas empresas é pulverizado e não há a figura de um controlador, não haverá tag along, regra por meio da qual o minoritário tem direito a receber no mínimo 80% do preço pago ao bloco de controle, explicou Gilberto Mifano, diretor-geral e de Relações com Investidores da Bovespa Holding. Com a união, segundo executivos das duas bolsas, espera-se alcançar economia de custos de 25% das despesas operacionais até 2010. No ano passado, cada uma das bolsas anotou gastos de R$ 250 milhões. A integração da Bovespa e da BM&F formará a terceira maior bolsa de valores no mundo, com valor de mercado de aproximadamente US$ 18 bilhões. A primeira é a Deutsche Börse, com US$ 30 bilhões, seguida da Bolsa Mercantil de Chicago (CME), cujo valor é de US$ 25 bilhões. A Bolsa de Nova York, Nyse, ficará atrás da Nova Bolsa, com US$ 17 bilhões. É importante notar que a CME, dona de cerca de 10% da BM&F, o que equivale à maior participação de um só acionista, terá cerca de 5% da Nova Bolsa. A BM&F também tem presença na CME, sendo o sexto maior detentor de ações da Bolsa de Chicago.

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