PUBLICIDADE

Bolsas européias fecham em alta, de olho na decisão do Fed

Expectativa de corte de juros nos EUA faz bolsas mundiais subirem; no Brasil, a Bovespa sobe quase 5%

Por Suzi Katzumata e da Agência Estado
Atualização:

As principais bolsas européias fecharam em alta expressiva nesta quarta-feira, impulsionadas pelas esperanças de uma nova rodada de corte nas taxas de juro ao redor do globo, incluindo um provável corte na taxa de juro básica dos EUA nesta tarde. A Bolsa de Frankfurt foi a exceção, em virtude da correção nas ações da Volkswagen. "Suspeitamos que a alta de terça-feira das ações pode ter algum fôlego, na medida que o impulso de alta pode crescer um pouco, mais considerando uma rodada de reduções nas taxas de juro que provavelmente está no nosso caminho", disseram analistas da MF Global. Veja também: Entenda as operações de derivativos e suas conseqüências Veja os reflexos da crise financeira em todo o mundo Veja os primeiros indicadores da crise financeira no Brasil Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Dicionário da crise  Em Nova York, as ações oscilam em alta moderada, depois de uma fraqueza mais cedo, com os investidores tomando fôlego dos espetaculares ganhos de terça-feira, na medida que se aproxima o fim do encontro de política monetária de dois dias do Federal Reserve. Às 15h58, o Dow Jones subia 1,20%, o Nasdaq 1,48% e o S&P 500 registrava valorização de 1,19%. Por aqui, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 4,86% no mesmo horário, aos 35.010 pontos. "Não achamos que o provável corte de 1,5% para 1% vai fazer muita diferença. Contudo, um corte no juro é melhor que a falta de ação para suavizar um pouco o encargo dos consumidores e empresas e para ajudar a reconstruir as margens dos bancos", disseram analistas da Davy Stockbrokers na Irlanda. Também contribuiu para os ganhos dos mercados europeus a alta dos preços dos metais básicos e reversão na fortuna para o setor de seguros. Contudo, os analistas ainda hesitam em determinar um piso para os mercados, dizendo que é preciso ter uma rodada sustentada de altas junto com cortes nas taxas de juro ao redor do mundo em novembro e dezembro. Por exemplo, no dia 13 de outubro, os mercados registraram imensos ganhos porcentuais, mas apenas para apagarem tudo três dias depois com as bolsas caindo para as mínimas em cinco anos. O índice Dax-30, da Bolsa de Frankfurt, caiu 14,76 pontos (0,31%) e fechou com 4.808,69 pontos, destoando do forte desempenho dos demais mercados regionais, novamente preso na saga da Volkswagen. As ações da montadora alemã caíram dramaticamente na sessão, € 428 ou 45,29%, para fecharem a € 517. A Porsche Automobil Holding disse que tem planos para liquidar transações de hedge em até 5% das ações ordinárias da Volks, com objetivo de evitar distorções adicionais no mercado, como aquelas testemunhadas durante os últimos dois dias. A operadora da bolsa alemã, a Deutsche Boerse, também decidiu limitar o peso das ações da Volks no índice Dax-30 em 10%, de 27%, mas não até 3 de novembro. Na terça-feira, as ações da Volks dispararam acima de mil euros depois que a Porsche revelou que havia elevado sua participação na companhia, que resultou em pesadas perdas para fundos hedge, com uma desenfreada cobertura de vendas a descoberto. Contudo, o restante da Europa teve um desempenho muito melhor com a alta das ações de companhias de seguro. O índice FT-100, da Bolsa de Londres, subiu 316,16 pontos (8,05%) e fechou com 4.242,54 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 avançou 287,65 pontos (9,23%) e fechou com 3.402,57 pontos, impulsionado pela disparada de 13,64% das ações da Total. As ações da petrolífera francesa foram impulsionadas pela alta dos preços da commodities que, por sua vez, reagiram aos dados dos estoques comerciais dos EUA, que subiram menos que o esperado pelos analistas. Em Madri, o índice Ibex-35 subiu 744,70 pontos (9,42%) e fechou com 8.650,10 pontos, ajudado pelos ganhos das ações do setor bancário. BBVA subiu 13,95% e Santander fechou em alta de 14,33%. Em Milão, o índice S&P-MIB subiu 1.838 pontos (9,87%) e fechou com 20.466 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 avançou 413,78 pontos (7,12%) e fechou com 6.227,13 pontos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.