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Bolsas européias não sustentam recuperação e voltam a cair

Após ensaio de alta na manha desta sexta, mercados da Europa voltam a cair; Ásia fecha em baixa novamente

Por João Caminoto e da Agência Estado
Atualização:

Após sofrerem na quinta-feira as maiores quedas desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os mercados acionários europeus tentaram ensaiar uma recuperação nesta sexta, 17. Mas o início positivo dos mercados não se sustentou e os índices referenciais das bolsas já voltavam ao vermelho.   Veja também: Crise já respinga na economia real Bolsa de Tóquio cai 11% em uma semana 'Por enquanto', Brasil está seguro diante da crise, diz Lula Brasil sairá da crise como escolhido para investimentos, diz Mantega Fechamento dos mercados nesta quinta-feira  Em quase um mês, empresas brasileiras perderam US$ 209,7 bi O sobe de desce do dólar Os efeitos da crise do setor imobiliário dos EUA   Em Londres, o FTSE-100 cedia 0,54%; o CAC-40, de Paris, 0,56% e o DAX, de Frankfurt, 0,50%, às 7h29 (de Brasília). Na Ásia, a jornada foi marcada por perdas maciças, com os investidores temendo que a crise no setor imobiliário de alto risco (subprime) dos Estados Unidos contagie a economia real.   O índice Nikkei 225, da Bolsa de Tóquio despencou 5,4%. O recuo porcentual foi o maior desde março de 2001 e a queda em pontos foi a mais profunda desde abril de 2000.   Outros pregões da região também registraram quedas. O indicador MSCI que mede as bolsas de valores asiáticas com exceção do Japão perdeu 1,87%. Mais cedo, chegou a recuar 2,7%, atingindo menor nível em quatro meses e meio.   O indicador acumulou perda de 10,8% nesta semana, a pior performance semanal desde janeiro de 1998, quando se desvalorizou em 12,4%. Com o movimento desta sexta-feira, o índice registra perda de quase 20% desde o recorde de alta de 24 de julho. Os ganhos no ano foram reduzidos a pouco mais de 2%.   O iene continuou sua trajetória de valorização diante de outras moedas, sinalizando a continuidade da desmontagem de operações de carregamento (carry trades) financiadas pela moeda japonesa. O dólar da Nova Zelândia, que até antes do início da turbulência era um dos principais alvos dos carry trades financiados pelo iene, despencou outros 5% diante da moeda japonesa.   Incerteza   Apesar do esboço de maior calma predominante na abertura dos mercados europeus, o ambiente entre os investidores ainda é de intensa incerteza. "Tem gente que avalia que os preços de algumas ações ficaram baratos e está comprando estoques seletivos", disse um estrategista de fundo acionário britânico.   Para o estrategista do Royal Bank of Scotland, Paul Robson, os mercados "já descontaram" um iminente corte de juros pelo Federal Reserve. "Por isso, estão vulneráveis a mais decepção caso isso não ocorra", disse. "Com base no que ocorreu nesta noite nas bolsas asiáticas, a aversão ao risco continua sendo o fator predominante", completou.   Os estrategistas do WestLB salientaram que a agenda de indicadores nesta sexta é fraca. "Mas será interessante verificar se os preços das casas já começaram a ter um impacto sobre a confiança do consumidor nos Estados Unidos com a divulgação do índice preliminar da Universidade de Michigan nesta tarde", afirmaram. "Caso ele venha abaixo do esperado, então os mercados vão apostar mais agressivamente que a recente turbulência vai transbordar para a economia real", disse.

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