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Bolsas internacionais em queda afetam Brasil

Os mercados brasileiros continuam embalados no pessimismo dos últimos dias nas bolsas internacionais. Hoje foi mais um dia de queda na Bovespa e alta nos juros e dólar, apesar das intervenções do Banco Central.

Por Agencia Estado
Atualização:

O cenário internacional continua trazendo pessimismo aos mercados no mundo inteiro, incluindo o Brasil. Hoje foi mais um dia de queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), e alta nos juros e no dólar. O governo tem intervido no câmbio, mas as atuações apenas contêm a forte tendência de alta. Hoje o Banco Central (BC), como nos últimos dias, vendeu dólares e realizou leilão de linhas de crédito complementares à exportação, alimentando o mercado. Mas o destaque foi para o leilão de rolagem de títulos cambiais com vencimento neste mês, sem muito sucesso. No total, foram trocados apenas 36% dos papéis, o equivalente a US$ 716 milhões. Nos próximos dias, o BC deve tentar leiloar o resto. O dólar comercial foi vendido a R$ 3,1520 nos últimos negócios do dia, em alta de 1,03% em relação às últimas operações de ontem, oscilando entre R$ 3,1400 e R$ 3,1600. Com o resultado de hoje, o dólar acumula uma alta de 36,10% no ano e queda de 0,41% nos últimos 30 dias. A Bovespa já praticamente anulou os ganhos do mês de agosto, e no mercado de juros, as previsões não são muito otimistas em relação a uma queda da Selic - a taxa básica referencial de juros da economia, atualmente em 18% ao ano. As turbulências externas já haviam afastado as expectativas de o BC lançasse mão da prerrogativa definida na última reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom) e reduzisse a Selic. Agora, mesmo para a reunião de setembro, marcada para os dias 17 e 18, são poucos os que apostam em queda nos juros. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagam taxas de 20,860% ao ano, frente a 20,740% ao ano ontem. A Bovespa fechou em queda de 2,73% em 9723 pontos e volume de negócios fraco, de R$ 395 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 28,39% em 2002 e alta de 2,68% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, cinco apresentaram altas. As apreensões com o cenário externo são grandes. O governo norte-americano está buscando apoio entre seus principais aliados internacionais e no próprio Congresso dos EUA para uma invasão no Iraque. A região é muito tensa e, mesmo com as reiteradas declarações de que não faltará petróleo pelos principais produtores, os preços não param de subir nos mercados internacionais. Para piorar, o aniversário dos ataques terroristas a Nova York e Washington ocorre na próxima semana. O desempenho das principais economias do mundo, especialmente dos Estados Unidos e do Japão também decepcionam. Com todos esses fatores de instabilidade, as cotações nas bolsas internacionais seguem em queda. A bolsa de Tóquio chegou ontem ao nível mais baixo em 19 anos, e as principais bolsas européias fecharam em queda hoje. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em queda de 1,68% (a 8283,7 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York -caiu 3,20% (a 1251,00 pontos). Às 18h, o euro era negociado a US$ 0,9914; uma queda de 0,02%. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em baixa de 0,90% (370,36 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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