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Bolsas na Europa voltam a fechar em queda

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado acionário europeu foi novamente afetado pelas bolsas dos Estados Unidos. O movimento no dia de hoje foi de queda geral das bolsas, com exceção de Frankfurt, que teve uma recuperação considerada dramática. "O que precisamos, para uma virada dos mercados de ações, é a total ausência de más notícias por algum tempo", disse o analista Simon Rubinsohn, da corretora Gerrard. Ele afirmou não acreditar que uma redução emergencial das taxas de juro possa ajudar a estabilizar os mercados de ações, porque eles estão sendo vitimados pela falta de confiança, e não por problemas de liquidez. Rubinsohn disse ainda que há risco de que a recuperação econômica seja mais lenta do que se previa, porque a incerteza está fazendo as empresas reduzirem investimentos, ao mesmo tempo que a redução do patrimônio das famílias está limitando os gastos dos consumidores. Além dos informes de que os bancos norte-americanos Citigroup e o JP Morgan poderão enfrentar acusações criminais por causa do envolvimento com a Enron, o destaque foi a ação das autoridades norte-americanas contra o fundador da Adelphia Communications, seus três filhos e outros dois executivos da empresa, sob a acusação de fraude financeira. A bolsa de Londres fechou em queda de 80,9 pontos (2,10%), em 3.777,1 pontos, nível mais baixo desde 2 de agosto de 1996. O volume alcançou 3,29 bilhões de ações negociadas. As ações do setor financeiro estavam entre as mais caíram (Sun Alliance -10%, Old Mutual -9%, Barclays -3,8%, Lloyds TSB -3%). As do banco Abbey National, que divulgou resultados, caíram 2,9%. As da Prudential, que também divulgou resultados, recuaram 1,3%. A bolsa de Paris fechou em queda de 46,47 pontos (1,51%), em 3.023,69 pontos. O CAC chegou à mínima de 2.898 pontos antes de recuperar-se parcialmente no fim do pregão. As ações dos setores financeiro, de mídia e de tecnologia estavam entre as que mais caíram. As da seguradora Axa chegaram a cair 20%, mas recuperaram algum terreno e fecharam em queda de 11%. Entre as ações que mais caíram estavam as de empresas sensíveis às condições nos EUA, como Vivendi Universal (-6,5%) e Vivendi Environnement (-10%). As do banco Crédit Agricole caíram 4,6%, depois de o banco alertar que não atingirá a meta de crescimento de lucros de 5% a 10% neste ano. Entre as ações que subiram estavam as da Schneider Electric (+6,3%) e as da Peugeot (+3,5%), depois da divulgação dos resultados das duas empresas. A bolsa de Frankfurt fechou com o índice Xetra-DAX em alta de 116,83 pontos (3,32%), em 3.632,66 pontos. O mercado viveu uma recuperação dramática, depois de o DAX ter chegado a cair 7,11% em reação ao alerta de queda nos lucros da Siemens. "Foi um pânico como o mercado nunca havia visto antes, com vendas irracionais e uma onda de boatos", disse a investidora Helga Cassens, da SEB. As ações do setor financeiro estavam entre as que mais haviam caído durante o pregão, em reação à notícia de que autoridades antitruste alemãs fizeram uma blitz nos escritórios de 13 seguradoras acusadas de manipulação de preços. No fim do pregão, porém, elas se recuperaram e fecharam em alta (Allianz +5,68%, Münchener Rück +6,52%, MLP +8,01%). As ações dos bancos também operaram boa parte do pregão em queda e quase todas se recuperaram no fim do dia (Commerzbank +0,44%, Deutsche Bank +2,23%, Bayerische Hypo und Vereinsbank -6,39%). As da Siemens, que fez um alerta de queda nos lucros, também recuperaram terreno no fim do pregão e fecharam em alta de 0,80%. A bolsa de Madri fechou com o índice Ibex-35 em queda de 154,10 pontos (2,5%), em 6.004,50 pontos. Não houve divulgação sobre o comportamento da bolsa espanhola. A bolsa de Milão fechou em queda de 226 pontos (0,95%), em 23.564 pontos, depois de ter registrado uma perda de mais de 4% na metade do dia. O Mib-30 chegou a romper brevemente o nível psicológico dos 23.000 pontos diante da abertura negativa em Nova York. As blue chips Fiat e Pirelli foram as que mais caíram, com perda de 6,24% e 6,30%, respectivamente. O setor financeiro mais uma vez foi pressionado: Generalli -4,10%, Ras -4,42% e Unicredito -3,17%. Monte Paschi Siena subiu 3,58% num sinal, de acordo com investidores, de que a fusão com o Banca Nazionale del Lavoro deve ser cancelado em breve. A bolsa de Lisboa fechou em queda de 146,43 pontos (2,38%), em 5.995,71 pontos, graças a recuperação das bolsas em Nova York hoje. Contudo, corretores disseram que o mercado continua nervoso, com tendência de queda, mesmo apesar de a liqüidação parecer exagerada. A blue chip Banco Comercial Português caiu 2,68% em antecipação ao resultado financeiro do primeiro semestre. Electricidade de Portugal caiu 4,79% e Portugal Telecom fechou em queda de 2,25%.

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