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Bolsas oscilam e dólar dispara para R$ 2,97

As bolsas internacionais estão vivendo mais um dia difícil, com quedas generalizadas em meio a muita oscilação. No Brasil, o dólar disparou, chegando a ser negociado a R$ 2,97. Há pouco foi divulgada a ata da última reunião do Copom.

Por Agencia Estado
Atualização:

Hoje os mercados vivem um dia de oscilações extremas, e o nervosismo das últimas semanas segue com toda a força. As quedas nas bolsas internacionais foram dramáticas no início da manhã, e todos os mercados parecem estar seguindo as variações em Nova York. No momento de maior baixa nos EUA, a bolsa de Frankfurt chegou a cair 7%. Mas no final da manhã veio uma recuperação, ainda muito instável. No Brasil, o dólar comercial para venda chegou a ser cotado a R$ 2,97. Embora a queda tenha sido maior em Frankfurt, a maior preocupação dos investidores continua sendo com a possibilidade de as quedas das bolsas transbordarem para a economia real norte-americana, levando a uma quebra econômico-financeira. Como para muitos analistas uma crise bancária poderia ser o detonador deste agravamento, as perdas das ações dos bancos acusados de envolvimento nas recentes fraudes contábeis foram vistas com muita preocupação. A primeira pergunta que se faz é quantas fraudes corporativas surgirão até 14 de agosto, quando termina o prazo do governo norte-americano para as empresas revisarem seus números. A segunda questão, talvez mais grave, é quantos bancos podem estar envolvidos nos escândalos contábeis e quanto dinheiro eles colocaram em empresas com resultados falsos. Além dos bancos, o mercado também monitora outros indicadores que possam apontar um alívio ou acirramento da crise norte-americana. Um deles é o comportamento do consumidor, cujo avidez por compras vem sustentando há anos o crescimento da economia dos EUA. Outro ponto a ser monitorado é o mercado imobiliário. Alan Greenspan, presidente do FED (banco central dos EUA), disse que não há bolha no setor, mas alguns analistas têm manifestado preocupação com os preços muito altos dos imóveis americanos, que vinham recebendo parte do dinheiro ganho com aplicações em ações. Se ficar provado que há uma bolha especulativa, e ela estourar, com forte queda nos preços dos imóveis, as conseqüências para a economia americanas podem ser tão ou mais graves quanto a atual derrocada das ações. A incerteza com os mercados externos é tamanha que as variáveis domésticas perdem força nas análises do mercado, apesar do noticiário pesado de hoje. Para o mercado de juros, contudo, o fato interno do dia é a divulgação da ata da última reunião mensal do Comitê de Política Monetária (Copom). Na quarta-feira passada, o Comitê decidiu reduzir os juros de 18,5% para 18% ao ano. Segundo alguns dos destaques da ata, o Banco Central (BC) admite, pela primeira vez, que a inflação de 2002 ultrapassará o teto da meta, que é de 5,5%. Outros pontos da ata mostram que o BC justificou a queda da Selic pela inflação menor em 2003 e pela revisão da meta do próximo ano. O BC também destacou a queda dos preços livres. O Copom, segundo a ata, também pressupôs questões relacionadas ao próximo governo, como o cumprimento de contratos e a responsabilidade fiscal, lembrando ainda que a manutenção de compromissos levaria a um apoio internacional ao Brasil. Mercados Às 15h, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 2,9460; em alta de 0,89% em relação às últimas operações de ontem. Ao longo do dia, o valor mínimo negociado foi de R$ 2,9340 e o máximo, de R$ 2,9700. Com o resultado apurado agora, o dólar acumula uma alta de 27,20% no ano e de 4,47% em julho. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagavam taxas de 22,400% ao ano, frente a 22,480% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 apresentam taxas de 27,000% ao ano, estáveis em relação a ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta de 0,29% em 9773 pontos e volume de negócios alto, de cerca de R$ 450 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma alta baixa de 28,02% em 2002 e de 12,26% só em julho. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, 22 apresentaram baixa. O principal destaque são os papéis da Globocabo PN (preferenciais, sem direito a voto), com queda de 7,14%; em parte pela função do conselho da empresa ter decidido por um volume maior na emissão de ações e preço mínimo. Com isso, a operação irá contar com 800 milhões de novas ações, sendo 389 milhões de papéis ordinários e 411 milhões de preferenciais e não serão aceitas ofertas de subscrição a preços inferiores a R$ 1,21 por ações ON ou PN, segundo a editora Graziella Valenti. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - apresenta alta de 2,97% (a 7931,1 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - sobe 1,16% (a 1243,36 pontos). O euro opera em alta de 0,68%; sendo negociado a US$ 0,9966. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, em alta de 0,36% (364,35 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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