Há um movimento claro no governo federal pela eliminação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) sobre os investimentos em bolsas de valores. Embora acanhada, essa movimentação ganhou força com as declarações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alcides Tápias, que ontem se revelou o porta-voz no governo da reivindicação do mercado pela eliminação do recolhimento da CPMF nos investimentos em bolsas. Nas últimas semanas, também puderam ser identificados nas declarações do presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, e dos diretores da instituição, os efeitos negativos da cobrança da contribuição para o mercado de capitais. O diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, chegou a declarar, na semana passada, que estava absolutamente convencido de que a CPMF iria destruir o mercado de capitais brasileiro. Também recentemente, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Edward Amadeo, classificou a CPMF como uma contribuição "distorcida e deletéria" para o crescimento econômico. São fortes os ecos vindos do próprio governo a favor do fim da cobrança da CPMF nas bolsas, para impedir o que está sendo chamado de exportação do mercado de capitais, com a fuga dos investidores para outros países. A maior dificuldade, porém, tem sido encontrar uma saída para o problema com o menor desgaste possível, seja ele econômico ou político.