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Bolsas têm alta com nova onda de dados sobre os EUA

Após dia de fortes quedas, mercados sobem mesmo com notícias desencontradas da economia americana

Por Gustavo Chacra e NOVA YORK
Atualização:

As bolsas de valores subiram ontem em quase todos os países desenvolvidos, um dia depois de uma das mais fortes quedas dos mercados financeiros desde que eles atingiram seu piso em março. A elevação ocorre com mais uma onda de dados sobre a economia americana divulgados ontem. Alguns indicam a retomada do crescimento e outros demonstram que a crise ainda pode persistir. O Índice de Preços ao Produtor, de acordo com o Departamento do Trabalho, seguiu a mesma tendência dos números para os consumidores e apresentou redução de 0,9% em julho, ante junho, depois de altas nos dois meses anteriores. A queda foi de 6,8% quando comparado a julho do ano passado. O Departamento do Comércio, por sua vez, anunciou que a construção de novas residências para apenas uma família cresceu 1,7% em relação a junho, a uma taxa anualizada de 490 mil unidades, no melhor resultado desde outubro do ano passado. Já o total de novas casas, incluindo aquelas em vivem mais de uma família, como edifícios, teve queda de 13,3%. Assim, houve redução de 1% no total de novas casas erguidas no mês. "Os dados mensais para a atividade no setor habitacional são voláteis, mas o declínio serve como um alerta de que a economia ainda está frágil", afirmou a subsecretária de Comércio para Assuntos Econômicos, Rebecca Blank. "Observando todo o cenário, estamos confiantes de que criamos a estabilidade necessária para reverter a situação", acrescentou. A melhor notícia veio das gigantes do varejo Home Depot e Target, que apresentaram resultados acima do esperado, ajudando na leve alta dos índices da Bolsa de Nova York. O Dow Jones subiu 0,9% e fechou em 9.217 pontos. O S&P 500, que agrega número bem maior de empresas, cresceu 1,1%, enquanto o Nasdaq (eletrônico) subiu 1,3%. O MSCI, que mede as bolsas de 23 países desenvolvidos, avançou 1,1%. Em Wall Street, há três visões para o cenário atual. A mais pessimista acredita que um novo tombo ocorrerá em breve, com a recessão se prolongando por mais alguns meses. Os otimistas afirmam que o pior já passou, a economia retomará o crescimento rapidamente e a tendência de alta deve prosseguir. Quedas como a de segunda-feira seriam motivadas por realização de lucros, normais mesmo em tempos estáveis. Já um pensamento intermediário vê a recessão como próxima do fim, mas com um reaquecimento lento da economia. A bolsa, de acordo com essa avaliação, terá uma onda de altos e baixos no médio prazo, demorando para retornar aos níveis anteriores à crise.

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