14 de dezembro de 2021 | 12h51
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro anunciou uma reunião nesta terça-feira, 14, com a equipe econômica e dirigentes das forças policiais brasileiras. O compromisso não consta da agenda oficial do chefe do Executivo e vem em meio à pressão por reajuste no salário da categoria.
Na semana passada, Bolsonaro voltou a prometer reajuste para todos os servidores em 2022, ano em que disputa a reeleição. "Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%", disse em entrevista à Gazeta do Povo.
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Em cerimônia no Palácio do Planalto para lançamento do programa Rodovida, que busca integração de órgãos públicos para reduzir acidentes de trânsito, o presidente convidou publicamente três autoridades para participar da reunião desta terça: o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino; o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; e a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Tania Prado.
“Temos reunião hoje à tarde com a equipe econômica para discutir uma coisa que interessa a todos vocês”, declarou o presidente durante discurso. “Algumas injustiças acontecem em nossas vidas, reconheço. Não quero me eximir de responsabilidade e temos que buscar corrigi-las. Se Deus quiser, teremos reunião profícua hoje à tarde para atender a todos vocês”, acrescentou, em mais um sinal de que o governo deve elevar a remuneração dos policiais, uma base de apoio importante para o chefe do Executivo na busca pela reeleição.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, confirmou que o encontro tratará de uma reestruturação nas carreiras com direito a reajuste de salários. Trata-se de uma demanda da categoria que Bolsonaro quer manter na base de apoio para as eleições de 2022.
De acordo com Torres, a reunião será entre os ministérios da Economia e da Justiça para reestruturar e regulamentar as carreiras de policiais federais e rodoviários federais. “Toda reestruturação prevê diminuição aqui, aumento ali”, declarou o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto. “Tem que fazer a previsão orçamentária este ano para ano que vem ser apresentada medida provisória”, acrescentou, sinalizando a forma jurídica como o governo deve conduzir a medida.
Ele evitou oficializar um ajuste médio para todas as categorias policiais - disse apenas que a questão ainda está pendente e será formalizada na agenda desta terça. “Nada está fechado. Tudo depende dessa reunião. Não vamos fazer nada desalinhado com ministérios.”
Ainda segundo Torres, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que nas eleições 2018 se alinhou a Bolsonaro em defesa do enxugamento de gastos públicos, reagiu bem à convocação da reunião com os policiais. “Já havia a previsão de fazer isso (reajuste) com o governo, não é segredo para ninguém. Então, ele reagiu bem."
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