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Bolsonaro sobre demissão de Silva e Luna da Petrobras: ‘coisa de rotina, sem problema nenhum’

Indicação de Adriano Pires precisa ser aprovada pela assembleia de acionistas da estatal

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Por Eduardo Gayer
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BRASÍLA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta terça-feira, 29, a demissão do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras. De acordo com o chefe do Executivo, trata-se de uma “coisa de rotina, sem problema nenhum”. Na segunda, o governo federal indicou Adriano Pires para comandar a empresa em meio às críticas de Bolsonaro à política de preços da estatal e ao reajuste dos combustíveis anunciado neste mês.

A declaração do presidente sobre Silva e Luna foi feita a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, antes do embarque para Ponta Porã e após Bolsonaro deixar o Hospital das Forças Armadas, onde passou a noite internado. Ele deu entrada na unidade de saúde depois de sentir um “desconforto”, como resumiu à reportagem o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Joaquim Silva e Luna; Jair Bolsonaro demitiu o general da presidência daPetrobras Foto: Alaor Filho/Agência Petrobras - 19/4/2021

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Um apoiador perguntou ao presidente se ele poderia comentar a troca no comando da Petrobras. “Não”, respondeu, aos risos, em um primeiro momento. Depois, emendou: “coisa de rotina, sem problema nenhum”.

O presidente Bolsonaro tem sido apontado como culpado pela população pelos altos preços e gasolina e ensaiou um movimento, após a disparada de preços do petróleo, de intervenção de preços da Petrobras. Por isso, ainda há desconfiança de que Bolsonaro vá continuar pressionando.

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, que foi indicado para a presidência do conselho administrativo da empresa, era também cotado, mas foi preterido por resistências ao seu nome. Landin era visto por integrantes da empresa da indústria de óleo e gás como alguém que estaria disposto a “fazer tudo”, inclusive aceitar uma intervenção do governo nos preços, como defendem integrantes do governo nos bastidores.

Os nomes de Pires e Landim precisam ser aprovados pela assembleia de acionistas no dia 13 de abril. O mandato do atual presidente da Petrobras vai até março de 2023, mas isso não impede a substituição. Com a queda, Luna e Silva deve deixar de ganhar um salário anual em torno de R$ 2,9 milhões (R$ 223 mil por mês), segundo dados do Ministério da Economia. De acordo com as regras atuais, o presidente da estatal pode receber até 13 salários de bônus caso todas as metas sejam atingidas.

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