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Bolsonaro demite presidente dos Correios por 'agir como sindicalista'

Segundo Jair Bolsonaro, o general Juarez Aparecido de Paula Cunha, que criticou o processo de privatização da empresa, 'foi ao Congresso e agiu como sindicalista'

Foto do author Renata Agostini
Por Renata Agostini
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira, 14, que vai demitir o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha. Em café da manhã com jornalistas, o presidente justificou que Cunha “foi ao Congresso e agiu como sindicalista” ao criticar a eventual privatização da estatal e tirar fotos com parlamentares do PT e do Psol. "Aí complica", disse Bolsonaro.

Bolsonaro informou, ainda, que convidou o general Santos Cruz para ocupar a vaga, mas adiantou que não tem o nome do substituto. Santos Cruz foi demitido nesta quinta-feira, 13, da Secretaria de Governo, ministério que cuida, por exemplo, da verba de publicidade do governo. O Estado participou da entrevista.

O presidente Jair Bolsonaro determinou a privatização dos Correios. Foto: Alan Santos/PR -13/6/2019

No último dia 5 de junho, o presidente dos Correios esteve no Congresso quando fez críticas ao processo de privatização da empresa. Segundo o jornal Gazeta do Povo, na ocasião, o presidente dos Correios disse: “Eu não queria falar de privatização, até porque não é problema meu, se privatizarem uma parte dos Correios, eu acredito que vai ser do lado bom, o que tirar daqui vai faltar lá. E quem vai pagar essa conta? Esse alguém será o Estado brasileiro ou o cidadão brasileiro que paga imposto. É um negócio complicado.” 

O presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, assumiua estatal ainda no governo Temer; foi exonerado porreclamações de que agia 'como sindicalista' Foto: José Cruz/Agência Brasil

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O discurso vai na contramão do próprio governo. O presidente Jair Bolsonaro é quem determinou a venda da empresa.

O general Juarez Aparecido de Paula Cunha assumiu a estatal ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, quando a empresa estava sob o guarda-chuva do ex-ministro das Comunicações, Gilberto Kassab.

Ao contrário da posição de Bolsonaro, o general foi sobre contrário à privatização dos Correios.Depois de resultados negativos bilionários em 2015 e 2016, os Correios registraram lucro de R$ 667 milhões em 2017 e de R$ 161 milhões em 2018.  

Correções

Matéria atualizada para informar o resultado financeiro dos Correios em 2018. 

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