28 de abril de 2022 | 20h18
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta quinta-feira, 28, que não usa o Pix. “Não tenho, estou a fim de fazer um aí. Cai dinheiro na conta da gente de graça? Se pedir, o pessoal bota? Vou fazer meu Pix aí”, disse o presidente, aos risos, em transmissão ao vivo nas redes sociais.
O comentário, no entanto, foi feito logo após o próprio Bolsonaro elogiar o sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central. “A gente não faz isso para tirar dinheiro do banco. A gente faz para ajudar a população. São 20 bilhões de reais no mínimo que estão nas mãos das pessoas”, declarou na live. A iniciativa do Banco Central costuma ser elogiada por Bolsonaro também em cerimônias oficiais.
Pix impulsiona Brasil ao 'top 5' dos países com mais transações em tempo real no mundo; Índia lidera
Na comemoração de um ano do Pix, no fim do ano pasado, o Banco Central estimou que mais de 45 milhões de pessoas que não realizavam transações eletrônicas agora fazem PIX com frequência e que o sistema já conseguiu reduzir em quase R$ 5 bilhões os custos bancários para as empresas.
O PIX já respondia por 72% das operações, considerando TED, DOC, TEC, boleto e cheque. Segundo o BC, a quantidade de operações via PIX já ultrapassa outros meios como cartão pré-pago, transferência interbancária e débito direto.
Com o Pix, o Brasil subiu da oitava para a quarta posição no ranking mundial de transações em tempo real, formado por 53 países. O levantamento é encabeçado, nesta ordem, por Índia, China e Tailândia, países populosos e pioneiros nesse tipo de pagamento.
Em outubro de 2020, Bolsonaro, parabenizado por apoiadores pelo Pix, disse não saber do que se tratava a ferramenta. “Não tomei conhecimento. Vou conversar essa semana com o Roberto Campos Neto [presidente do Banco Central”, disse, na ocasião. À época, o Pix ainda não estava em funcionamento, mas já havia sido anunciado pela autarquia após dois anos de discussão.
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