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Bolsonaro diz que Petrobras pode mergulhar Brasil em caos

Presidente deu declaração no Twitter pouco antes de a estatal anunciar um aumento de 5,2% na gasolina e de 14,2% no diesel

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Por Eduardo Gayer
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 17, que a Petrobras pode "mergulhar o Brasil num caos" e reforçou a posição do governo contrária a qualquer reajuste dos combustíveis. 

"A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo", escreveu o chefe do Executivo no Twitter, pouco antes de a Petrobras anunciar o novo reajuste do diesel e da gasolina.

Bolsonarovoltou a chamar o lucro da estatal de "exagerado" Foto: Marcos Correa/PR

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Na mesma rede social, o presidente ainda voltou a chamar o lucro da estatal de "exagerado" e a dizer que a empresa tem uma função social. 

"O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais", publicou. 

Nesta sexta, a Petrobras reajustou a gasolina em 5,2% e o diesel em 14,2%. A gasolina estava há 99 dias congelada. Já o diesel ficou 39 dias sem aumento. 

O reajuste busca alinhar os preços dos combustíveis à cotação do mercado internacional, seguindo a alta do petróleo e refletindo maior demanda e o fechamento de refinarias em meio à guerra entre a Rússia e Ucrânia. 

Desde 2016, a empresa pratica a política de preços de paridade de importação (PPI), que significa manter os preços alinhados ao mercado internacional. O PPI leva em conta o preço do petróleo e o câmbio – que dispararam esta semana –, somado aos custos de importação, também elevados na esteira da alta do setor. 

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Se a empresa não seguir essa política, outros importadores não conseguem concorrer com os preços mais baixos da Petrobras no mercado interno.

O Brasil produz entre 70% e 80% do diesel que consome e 97% da gasolina. Sem as importações complementares, o abastecimento pode correr risco no segundo semestre do ano, quando é previsto aumento da demanda interna, devido ao transporte da safra, combinado com aperto da oferta por conta da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

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