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Bolsonaro precisará gastar R$ 1,4 tri para garantir retomada em 2022, diz ex-presidente do BNDES

Economista diz que, sem plano ousado, a retomada estará perdida no mandato do presidente Bolsonaro

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - O ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro apresentou projeções que mostram que para salvar o País da crise do novo coronavírus e chegar em 2022 com a retomada da economia, o presidente Jair Bolsonaro terá que gastar pelo menos o dobro do que anunciou até agora. 

Paulo Rabello de Castro, presidente do BNDES na gestão de Michel Temer Foto: Felipe Rau/Estadão

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Sem um plano ousado, com distribuição maciça e horizontal de recursos para a população, a retomada estará perdida no mandato do presidente Bolsonaro, segundo o economista. Em 2022, o presidente já declarou que vai buscar a sua reeleição ao cargo e vem demonstrando grande preocupação com a sua popularidade.

Rabello desenhou um programa econômico com uma injeção maciça de R$ 1,4 trilhão. Uma distribuição de recursos incial que ela chama de “helicóptero” na primeira fase.Segundo ele, da para fazerum programa em três etapas com baixo custo fiscal para recuperar a confiança do brasileiro diante do abatimento geral e permitir o início da retomada econômica já no segundo semestre.Mais de 150 milhões de pessoas, nas classes de renda C, D e E seriam contempladas por três meses. 

A proposta, diz ele, é uma provocação aos colegas economistas do setor privado e lideranças empresariais que estariam, na sua avaliação, “retraídos” nesse momento da crise.Rabello prevê uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5% em 2020. Com o plano, o baque seria menor: 2,3%.

Rabello diz que, nesse momento, é mais um pré-candidato à prefeitura do Rio, mas que depende ainda de confirmação do partido. "Não será o PSC. O anúncio será feito no início da próxima semana", afirma. “Ninguém nesse momento é candidato a coisa nenhuma. Somos todos pré-candidatos”, ressalta. 

Rabello diz que não há na economia a mesma ancoragem que está havendo na área de saúde. Ele prefere não bater de frente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem se diz amigo "desde os tempos" da Universidade de Chicago. “Não consigo avaliar (o desempenho) e muito menos julgar porque estão sofrendo pressões que eu desconheço”, diz.Mas o economista-político diz que não há na economia “nem palidamente”o nível de decisão que o País necessita até mesmo para dizer que não se vai entregar o jogo. 

Segundo informou o ministro Paulo Guedes, as medidas anunciadas até agora pelo governo já ultrapassam os R$ 700 bilhões. 

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