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Bolsonaro sobre Trump: não é porque um amigo falou grosso que vou dar as costas

Norte-americano disse no Twitter que vai retomar tarifa sobre aço e alumínio do Brasil; Bolsonaro disse que espera chegar a um 'bom termo' com os EUA

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira, 4, que não está decepcionado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pois o aumento de tarifa sobre aço e alumínio ainda não se concretizou.

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"Não tem decepção porque não bateu o martelo ainda. Não é porque um amigo meu falou grosso numa situação qualquer que eu já vou dar as costas para ele", disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada. 

Bolsonaro disse acreditar em Trump e esperar chegar em um "bom termo". "Não tenho uma idolatria por ninguém. Tenho uma amizade... não vou falar amizade, não frequento a casa dele, nem ele a minha, mas temos um acordo, com contato bastante cordial", declarou.

Trump escreveu no Twitter na última segunda-feira, 2, sobre a intenção de aumentar tarifas sobre aço e alumínio de Brasil e Argentina, como forma de compensar a desvalorização da moeda desses países. A proximidade com Trump é frequentemente apontada pelo governo brasileiro como uma conquista da gestão Bolsonaro.

Trump cumprimenta Bolsonaro em Assembléia-Geral da da ONU, em Nova York. Foto: Alan Santos/PR - 24/9/2019

Bolsonaro não respondeu se já ligou para Trump. "Vou dar uma dica para você: se eu já liguei para ele ou não, você não vai ficar sabendo. Tem certas questões que são de Estado, não adianta eu dar uma de pavão misterioso aqui, liguei, não liguei, falei não falei", afirmou Bolsonaro. Na segunda-feira, 2, o presidente disse que tinha "canal aberto" com Trump.

"Vejo com certo exagero o que está acontecendo", disse Bolsonaro, sem deixar claro se se referia ao tuíte de Trump ou à repercussão do caso. "Por enquanto não foi sobretaxado nada, só tem a promessa dele no Twitter."

Bolsonaro negou que o País esteja desvalorizando artificialmente o real. "O mundo está globalizado, a própria briga comercial (entre) Estados Unidos e China influencia o preço do dólar aqui."

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"Agora, somos pobres na história. Não sei quantas vezes a economia deles é maior do que a nossa, várias vezes. Nós estamos com bodoque, estilingue, os caras estão com uma 50, tá certo?", declarou Bolsonaro.

O real foi a quarta moeda que mais perdeu valor em relação ao dólar no mês de novembro, segundo levantamento da Austin Rating que compara as variações de 121 moedas no mundo. O real se desvalorizou 5,2% frente ao dólar em novembro, ficando atrás somente do bolívar soberano, da Venezuela (-36,1%), do kwacha, da Zâmbia (-9,3%), e do peso do Chile (-8,1%).

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