PUBLICIDADE

Publicidade

Bolsonaro vai discutir acordo entre Mercosul e Japão em encontro com primeiro-ministro

Chances de negociações efetivamente avançarem são vistas como baixas; integrantes do governo brasileiro acreditam que eventual pronunciamento deve ficar para novembro, quando Shinzo Abe vem ao Brasil

Foto do author Julia Lindner
Por Julia Lindner
Atualização:

TÓQUIO - O acordo comercial entre o Mercosul e Japão deve ser assunto da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, nesta quarta-feira, 23. As chances de as negociações efetivamente avançarem, no entanto, são vistas como baixas até o momento.

PUBLICIDADE

Na avaliação de integrantes do governo brasileiro, é mais provável que um eventual pronunciamento sobre o início das tratativas fique para a visita de Shinzo Abe ao Brasil, em novembro. O foco, agora, é a cerimônia de coroação do imperador do Japão, Naruhito, que acontece nesta terça. Também é considerada a possibilidade do anúncio ser substituído por um estudo oficial sobre um possível acordo nas próximas semanas, em tom mais discreto.

Ao chegar a Tóquio, Bolsonaro afirmou que ainda não sabe se será possível iniciar as negociações ou não, mas que o assunto está "adiantado". "Não sei, não sei. Está adiantado", avaliou.

Questionado sobre se está interessado em começar as negociações, Bolsonaro respondeu que "é lógico". "É lógico que estou interessado, a Coreia do Sul também, os Estados Unidos. Está indo bem o Brasil", declarou a jornalistas.

O momento para o acordo é considerado propício já que os japoneses encerraram recentemente as tratativas com os Estados Unidos. As conversas com o bloco de países sul-americanos, então, poderiam ganhar espaço. A pauta positiva também viria em boa hora para o governo brasileiro.

Segundo o secretário de Negociações Bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia, embaixador Reinaldo José de Almeida Salgado, um estudo feito no Japão mostra que 97% da pauta exportadora do Japão para o Brasil está coberta no acordo Mercosul-UE.

"Se a gente não correr atrás, esse comércio tenderá a declinar. Por muito tempo, o Japão esteve envolvido no acordo com EUA, com dificuldade para se engajar em novas negociações. Pelo menos do nosso ponto de vista, não sei se da parte deles será o mesmo, agora é chegado o momento do Mercosul entrar na lista", afirmou Salgado.

Publicidade

Além disso, o Brasil tem interesse em ampliar as relações comerciais com o Japão porque os números das relações bilaterais entre os países seguiram em ritmo decrescente nos últimos anos. No ano passado, o comércio do Brasil com o Japão totalizou cerca 8 bilhões de dólares, metade do que já foi em 2011.

Presidente Jair Bolsonaro desembarcando em Tóquio, no Japão Foto: José Dias/ PR
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.