
17 de março de 2009 | 17h11
O procurador-geral de Nova York, Andrew Cuomo, afirmou que a seguradora American International Group (AIG) criou 73 milionários ao conceder bônus de US$ 1 milhão ou mais pelo ano de 2008 a funcionários da unidade de produtos financeiros, incluindo 11 pessoas que não trabalham mais na empresa. A declaração foi feita em uma carta ao presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA, Barney Frank.
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Segundo Cuomo, os 10 maiores bônus somam US$ 42 milhões, sendo que o maior deles foi de mais de US$ 6,4 milhões. O procurador culpou a unidade de produtos financeiros pelo quase colapso da AIG no ano passado. "Novamente, esses pagamentos foram feitos a indivíduos na subsidiária cujo desempenho levou a enormes perdas e à quase falência da AIG", disse Cuomo na carta.
"Com isso, na semana passada, a AIG criou mais de 73 milionários na unidade que perdeu tanto dinheiro que deixou a empresa de joelhos, forçando um resgate com recursos dos contribuintes. Alguma coisa está profundamente errada nessa situação", acrescentou o procurador.
Ontem, Cuomo intimou a AIG a fornecer detalhes sobre quem recebeu os bônus na unidade de produtos financeiros e cópias dos contratos relacionados aos bônus. Na carta divulgada hoje, o procurador disse que a AIG se recusou a fornecer nomes.
No último fim de semana, emergiram notícias de que a AIG pagou US$ 165 milhões em bônus a funcionários da unidade na sexta-feira. O pagamento recebeu críticas do governo dos EUA e dos contribuintes. A Casa Branca afirmou que está analisando "todos os meios" de recuperar o valor dos bônus, já que a AIG utilizou US$ 173,3 bilhões do governo norte-americano para continuar funcionando até o momento.
Barney Frank afirmou hoje que o governo, que agora tem 80% das ações da AIG, deveria usar sua participação controladora na empresa para bloquear o pagamento dos bônus. O comitê presidido por Frank deverá realizar uma audiência sobre o assunto na quarta-feira, 18.
A AIG tem afirmado que está contratualmente obrigada a pagar os bônus e que vai se esforçar para reduzir os pagamentos em, no mínimo, 30% neste ano. "Nós entendemos as preocupações do procurador-geral e estamos mantendo contato com ele e respondendo adequadamente à intimação", afirmou o porta-voz da companhia, Mark Herr, em um comunicado. As informações são da Dow Jones.
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