
21 de março de 2009 | 17h12
A seguradora americana AIG pagou US$ 280 milhões em bônus a seus executivos, um valor US$ 53 milhões mais alto do que havia sido divulgado anteriormente, segundo o procurador-geral do Estado americano de Connecticut.
Documentos obtidos por Richard Blumenthal indicam que 73 pessoas ganharam mais de US$ 1 milhão e outras quatro, mais de US$ 4 milhões.
A AIG recebeu no final do ano passado um total de US$ 170 bilhões em auxílio do governo, para que não entrasse em concordata.
A possível falência da AIG poderia ter um efeito catastrófico, uma vez que diversas instituições financeiras americanas possuem seguros junto à empresa.
Quando a informação sobre o pagamento de bônus a executivos da empresa foi divulgada, na semana passada, autoridades calcularam que o valor totalizava US$ 165 milhões.
Mas os documentos obtidos por Blumenthal indicam que o valor era 32% maior.
Connecticut era um dos 19 Estados americanos que entraram com pedido para que a AIG revelasse os detalhes sobre os pagamentos, em um esforço para que os benefícios fossem devolvidos.
A seguradora não fez comentários sobre as revelações deste sábado.
Blumenthal disse que os novos números vão "alimentar a legítima raiva e a revolta das pessoas" e disse que pretende pedir à AIG que explique as discrepâncias entre os valores anunciados dias atrás e os revelados neste sábado.
Na quarta-feira, o presidente da seguradora, Edward Liddy, reconheceu, durante um pronunciamento ao Congresso do EUA, que o pagamento de bônus a seus funcionários foi ''repugnante''.
Mas acrescentou que pediu aos executivos que receberam compensações superiores a US$ 100 mil que devolvam a quantia e que alguns já o teriam feito.
Esta semana, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse, em Washington, que o pagamento dos bônus milionários representa ''um uso inadequado do dinheiro dos contribuintes''.
O líder americano acrescentou que ''igualmente utrajante é o fato de que nos estejamos tendo que limpar a bagunça deixada pela AIG''.
O presidente americano disse não querer aplacar a raiva da população americana em relação ao tema.
''Eles estão certos de estar com raiva. Eu estou com raiva'', disse Obama.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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