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Bovespa acumula perda de 11% no mês, maior desde 2004

Com alta do petróleo e problemas no setor financeiro, Bolsa de São Paulo cai quase 3% nesta sexta

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

Pela terceira sessão consecutiva, a Bovespa encerrou em queda, nesta sexta-feira, 20, abaixo de um importante suporte gráfico, aos 65 mil pontos. A alta do petróleo no mercado externo e as notícias ruins no setor financeiro norte-americano arrastaram as bolsas européias, norte-americanas e, por tabela, a brasileira. Os investidores estrangeiros continuam vendendo papéis, prejudicando principalmente o desempenho das blue chips Vale e Petrobras.   Veja também: Petróleo fecha em alta com Israel e Irã e ataque na Nigéria   O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 2,97%, aos 64.613,8 pontos. O índice oscilou entre a mínima de 64.602 pontos (-2,99%) e a máxima de 66.611 pontos (+0,03%). Na semana, as perdas foram de 3,85%. Em junho até hoje, a Bovespa já recuou 10,99%. Se o mês encerrasse nesta sexta-feira, as perdas acumuladas seriam as maiores desde abril de 2004 (-11,44%). No ano, porém, a Bolsa ainda acumula ganhos de 1,14%.   O petróleo, que na quinta derrubou as ações da Petrobras com os temores de arrefecimento da demanda depois que a China anunciou reajuste dos combustíveis, voltou a subir na sessão desta sexta-feira. Uma onda de problemas na produção nigeriana e a notícia de um exercício militar israelense para defender-se de eventual ataque iraniano pressionaram os preços, que ainda subiram por causa do oportunismo de alguns investidores após a queda de quinta.   Além disso, os investidores estiveram atentos às notícias sobre o encontro de domingo em Jeddah, na Arábia Saudita, onde autoridades discutirão a alta na produção de petróleo. O contrato para julho encerrou em alta de 2,04%, a US$ 134,62, na Nymex.   Com o petróleo em elevação, o Dow Jones fechou em baixa de 1,83%, aos 11.842,1 pontos, o menor nível desde 10 de março. O S&P recuou 1,85% e o Nasdaq, 2,27%. Além do petróleo, o setor financeiro e as montadoras também foram destaque de baixa no pregão de hoje. As seguradoras de bônus MBIA e a Ambac tiveram seus ratings de crédito reduzidos pela Moody's Investors Service e a Washington Mutual anunciou corte de mais 1.200 empregos.   No caso das montadoras, a Standard and Poor's e Moody's colocaram os ratings da Ford em observação negativa. A S&P também pôs em observação com implicações negativas os ratings de GM e Chrysler e das financeiras da Ford e da Chrysler. Nesta sexta, a Ford anunciou corte de produção e disse que pode ter prejuízo antes de impostos em 2008.   Estes rebaixamentos das montadoras podem afetar as subsidiárias brasileiras e, com isso, afetar as siderúrgicas, que já derreteram nesta sexta. A Vale trocou com a Petrobras o papel da véspera. Enquanto a petrolífera teve perdas mais contidas, por causa da alta do petróleo, as ações da mineradora despencaram mais de 4%. Na quinta, o presidente da Vale, Roger Agnelli, admitiu que a pressão nos custos já encareceu o plano de investimentos da mineradora programado até 2012.   As duas blue chips estão sendo penalizadas também pela fuga dos investidores estrangeiros. Vale ON, 4,50% e Vale PNA, 4%. Petrobras ON, -1,85% e Petrobras PNA, -1,75%.

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