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Bovespa avança 3,6% com estrangeiros e expectativas sobre ministro da Fazenda

Por PAULA AREND LAIER
Atualização:

A Bovespa fechou em forte alta nesta terça-feira, com o seu principal índice acima dos 52 mil pontos, em sessão influenciada por especulações sobre o futuro ministro da Fazenda e presença de investidores estrangeiros na ponta compradora. O Ibovespa avançou 3,62 por cento, a 52.330 pontos. O volume financeiro do pregão somou 9,3 bilhões de reais. Dados sobre o capital externo na Bovespa mostraram nesta terça-feira que o saldo voltou a ficar positivo em outubro até o dia 24, com sete pregões seguidos de entradas líquidas. Os estrangeiros também aumentaram na véspera sua posição em contratos em aberto do Ibovespa futuro, em 14.941 contratos, para 109.059 contratos O desempenho nesta sessão colocou o Ibovespa novamente no campo positivo no acumulado do ano, com alta acumulada de 1,6 por cento. Em dólar, o índice ainda registra queda em 2014, de 2,8 por cento. Profissionais do mercado citaram expectativas sobre novas medidas para a economia, particularmente após a presidente reeleita Dilma Rousseff, em entrevista à TV Globo na segunda-feira, prometer fazer anúncios neste sentido a partir de novembro. "Ela sinalizou que pensa em mudar, o mercado vai voltar e aguardar", disse o operador de renda variável de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado. Quanto à substituição de Guido Mantega na Fazenda, saíram na mídia nomes como do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, do ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa e do ex-presidente do Banco do Brasil Rossano Maranhão. "O mercado estava muito pessimista com a chance de reeleição de Dilma, com motivos como o desempenho fraco da economia, e quando aparece a possibilidade de vir uma inesperada notícia boa, como Meirelles na Fazenda, o mercado corrige", avaliou o gestor Joaquim Kokudai, da Effectus Investimentos. As ações da Petrobras valorizaram-se, após recuo superior a 10 por cento na véspera, com as preferenciais em alta de 5,18 por cento e as ordinárias com ganho de 4,24 por cento. Também repercutiu no início do pregão notícia do jornal O Estado de S.Paulo de que o governo federal está perto de autorizar um aumento nos preços de combustíveis para a companhia. O BTG Pactual acha que um reajuste é improvável neste momento e mesmo se vier seria bem pouco e não deve gerar grande impacto no preço da ação. "Se não reduzir investimento, achamos que a piora do balanço continua mesmo com paridade de importação", afirmou o BTG em nota a clientes. Ainda entre as estatais, Eletrobras e Banco do Brasil também terminaram com fortes ganhos. A queda do dólar frente ao real, enquanto isso, amparou uma correção de baixa em papéis que ocuparam a ponta de alta na véspera, com destaque para o setor de papel e celulose e outras exportadoras, enquanto ajudou o papel Gol. A ação da companhia aérea, que fechou em alta superior a 15 por cento, ainda teve sua recomendação pela Raymond James elevada para "outperform" (acima da média do mercado), ante "market perform" (na média do mercado). A Klabin, maior fabricante de papel de embalagem do Brasil, que tinha subido na véspera impulsionada pela alta do dólar, fechou em queda nesta terça-feira. Nesta manhã, a empresa divulgou queda de 96 por cento no lucro trimestral na comparação anual, diante de maiores perdas com variações cambiais. Também da safra de balanços, Duratex subiu 0,86 por cento, após o lucro da fabricante de materiais de acabamento cair pela metade no terceiro trimestre ante igual período do ano passado, sob o peso de vendas fracas e maiores despesas operacionais e financeiras. Após o fechamento do mercado, CCR e a Cielo divulgam seus números referentes ao período de julho a setembro. Na quarta-feira, Usiminas apresenta seus dados antes da abertura da Bovespa.

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