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Bovespa bate novo recorde, puxada por estrangeiros

Percepção de que os emergentes devem ter um desempenho melhor do que os EUA atrai recursos para a Bolsa

Por Sueli Cmapo e da Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo começou o pregão desta quarta-feira, 25, batendo novo recorde histórico, prometendo mais um pregão animado. Às 10h16, o principal índice da Bolsa subia 1,35%, aos 59.649 pontos, depois de ter driblado na terça à tarde a realização de lucros e fechado o pregão em mais uma pontuação inédita (58.857,8 pontos).  O dólar, por sua vez, caía 0,64%, cotado a R$ 1,849. A percepção de que os emergentes devem ter um desempenho melhor do que os EUA, epicentro da crise do subprime, está atraindo mais recursos para a bolsa e levando os investidores a refazerem suas carteiras. "Está vindo dinheiro de médio prazo, de boa qualidade", afirma o gestor gerente da Infinity Asset, George Sanders. Caiu, comprou. Esse tem sido o lema dos investidores estrangeiros que atuam na Bovespa desde o corte surpresa de juros promovido pelo Fed, na semana passada. De lá para cá, tem crescido a percepção de que pode vir uma nova redução na taxa de juros norte-americana. Os dados divulgados na terça-feira nos EUA, sugerindo enfraquecimento da economia, reforçam essa avaliação. Esta manhã saiu mais um dado nessa linha. As encomendas de bens duráveis caíram 4,9% em agosto para US$ 219,53 bilhões em base ajustada sazonalmente, depois de subirem 6,1% em julho. A previsão dos economistas era de queda nas encomendas de 3,1% no mês. Esse era o principal indicador econômico previsto para esta quarta nos EUA. Na terça à noite, o presidente do Fed de Filadélfia, Charles Plosser, disse que o Fed espera dados econômicos mais fracos nos próximos meses, mas que só números muito mais enfraquecidos darão suporte a cortes adicionais das taxas de juro. Os índices futuros de ações em Nova York sustentaram o sinal de alta após o dado, encorajados pelo encerramento da greve dos metalúrgicos da General Motors. A produção deve ser retomada no fim desta tarde, com o fechamento de um acordo entre o sindicato que representa os metalúrgicos e a administração da empresa, o qual, entretanto, ainda tem de ser ratificado. As ações da General Motors operaram em alta de mais de 7%. O S&P 500 subia 0,53% e o Nasdaq futuro +0,69%. Na Europa, as bolsas se recuperam das perdas da véspera, com os investidores reagindo à revisão dos dados do PIB de crescimento de 3% para 3,1% no Reino Unido no segundo trimestre e por notícias favoráveis da financeira Northern Rock, que informou ter recebido várias propostas para ser comprada. As ações das mineradoras e dos bancos lideram as altas. Nesta quarta, o Royal Bank of Scotland (RBS), que está próximo de fechar a compra do ABN Amro, dobrou sua participação no banco holandês de 4% para 8%, através de uma complexa série de transações de derivativos.

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