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Bovespa cai com incerteza sobre ajuda às montadoras dos EUA

Com fracasso do pacote no Senado, GM e Chrysler afirmam que podem pedir concordata até o final deste ano

Por Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em baixa nesta sexta-feira, 12, seguindo o pessimismo nos mercados internacionais. As bolsas da Ásia e Europa sofreram forte queda nesta sexta, em resposta à rejeição do pacote de ajuda às montadoras no Senado dos Estados Unidos. A General Motors e a Chrysler afirmaram que podem pedir concordata até o final deste ano. Às 11h42 (de Brasília), o Ibovespa caía 2,23%, aos 37.661 pontos. No mesmo horário, o dólar subia 1,92%, cotado a R$ 2,390. Veja também: GM e Chrysler avaliam concordata após fracasso de pacote Fracassa reunião sobre montadoras nos EUA  Ex-presidente da Nasdaq é preso por fraude bilionária nos EUA De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  O governador paulista, José Serra, anunciará nesta sexta um pacote de medidas com o objetivo de estimular a atividade econômica neste momento de crise, garantindo a oferta de empregos no Estado. A isenção das micro e pequenas empresas do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deve fazer parte do plano. Na quinta-feira, o governo federal lançou um pacote destinado a estimular o consumo. O conjunto anunciado é composto por cortes no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre compras a prazo e o cheque especial. No total, elas reduzirão a arrecadação federal de 2009 em R$ 8,4 bilhões. O petróleo registra baixa de mais de 6% nesta sexta, retrocedendo ao nível de US$ 44 o barril na Nymex eletrônico, o que deve puxar para baixo os papéis da Petrobras. Com isso, deve ficar embaixo do tapete a notícia de que a Petrobras contratou financiamento com um pool de bancos japoneses no valor de 75 bilhões de ienes, algo em torno de US$ 750 milhões. O contrato, firmado no último dia 10 de dezembro, tem prazo de dez anos e seguro da agência de fomento à exportação japonesa Nippon Export and Investment Insurance (Nexi). Europa cai com bancos As ações das instituições financeiras operam em profunda queda na Europa, antecipando à divulgação de resultado dos bancos de investimento na semana que vem e o anúncio da problemática cedente de crédito imobiliário britânica HBOS (Halifax) de mais perdas. Às 11h20 (de Brasília), os papéis dos maiores bancos de investimento como UBS (-9%) e do Deutsche Bank (-7%) registravam fortes perdas. Os papéis do HBOS cediam 21%, colocando intensa pressão no índice FT-100, da bolsa londrina, e arrastando outros papéis. O FT-100 recuava 4%. A cedente de crédito imobiliário HBOS (Halifax) revelou que as perdas contáveis e no mercado somaram 8 bilhões de libras esterlinas até o final de novembro, um aumento de 3,2 bilhões de libras em relação ao final de setembro. Investidores alimentam temores em relação aos números que os bancos de investimento poderão apresentar já na próxima semana, como o Goldman Sachs e o Morgan Stanley. Na quinta, o diretor-executivo do JPMorgan Chase & Co, Jamie Dimon, disse ver poucos sinais de esperança diante de um "árduo" quarto trimestre e das "terríveis" condições do mercado em novembro e em dezembro. Ásia O índice Nikkei, do Japão, fechou em queda de 5,6% e o Hang Seng, de Hong Kong, em baixa de 6,9%. Outros mercados regionais também sofreram quedas. Os investidores continuam mostrando pouca confiança no setor automotivo, em particular após a rejeição do Senado americano ao plano de ajuda de US$ 14 bilhões para a Chrysler, Ford e General Motors. Os temores nos setor se refletiram nos mercados japoneses. As ações da Toyota, Honda e Nissan caíram pelo menos 10%.Os exportadores japoneses também foram atingidos com a queda da cotação do dólar frente ao iene - a menos de 89 ienes -, a mais baixa dos últimos 13 anos. As quedas bruscas no preço das ações asiáticas cancelaram os ganhos feitos durante a semana passada. O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, anunciou nesta sexta um novo pacote anticrise de US$ 255 bilhões - cerca de 23 trilhões de ienes - para estimular a economia do país. (com BBC Brasil)

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