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Bovespa cai e fecha no menor nível desde setembro

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Por Redação
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O pessimismo sobre o desempenho da economia dos Estados Unidos marcou mais uma vez os negócios nos mercados acionários globais e impôs a segunda baixa expressiva à Bolsa de Valores de São Paulo nesta semana. O Ibovespa recuou 1,89 por cento na sessão, para 58.777 pontos, no pior fechamento desde 24 de setembro. Na mínima do pregão, o principal indicador da bolsa paulista chegou a ceder 3 por cento e quase perdeu o patamar dos 58 mil pontos. O volume de negócios foi de 7,3 bilhões de reais, o maior do ano. "Já havia perspectiva de que o dia poderia ser ruim, mas a queda não parece ser só por giro, parece movimento de venda de posição. Deve ter estrangeiro querendo liquidar algumas carteiras. As blue chips estão caindo muito", afirmou o operador de uma corretora nacional, que prefere não se identificar. Petrobras perdeu 3,77 por cento, fechando a 74,60 reais; Vale caiu 4,12 por cento, a 45,35 reais, e Gerdau recuou 4,39 por cento, para 47,90 reais. Segundo dados da Bovespa, os estrangeiros têm reduzido sua posição em ações brasileiras. De 2 a 11 de janeiro, o saldo de investimento externo no mercado acionário brasileiro está negativo em 1,875 bilhão de reais. Na terça-feira, o Ibovespa já havia registrado baixa de 3,7 por cento, contagiado pelo fraco desempenho em Wall Street devido ao forte prejuízo divulgado pelo Citigroup . Em Nova York, pouco antes do fechamento do pregão desta quarta-feira, os principais índices se recuperavam e operavam em território positivo. Nesta quarta, outro importante agente financeiro de Wall Street divulgou seu resultado, o JPMorgan. O balanço do terceiro maior banco dos EUA mostrou que algumas instituições do setor ainda podem apresentar lucro apesar da crise no mercado imobiliário e de crédito. Apesar disso, a Intel, maior fabricante de processadores do mundo, teve resultado abaixo do esperado e desanimou investidores. Além dos resultados corporativos dos EUA, o mercado recebeu nesta quarta-feira indicadores econômicos importantes. Os preços ao consumidor norte-americano subiram moderadamente em dezembro, e a produção industrial ficou estável, deixando a porta aberta para um novo corte do juro pelo Federal Reserve este mês. "(Os dados) sustentam nossa visão de que estamos no fio da navalha, de que podemos caminhar para uma recessão", disse Mike Scherk, economista da Credit Union National Association, em Madison, Wisconsin. No final da tarde, o Federal Reserve informou, no Livro Bege, que a economia norte-americana continuou crescendo nas últimas semanas do quarto trimestre, mas o ritmo desacelerou devido aos gastos tímidos na temporada de festas e à fraqueza do setor imobiliário. (Reportagem de Cesar Bianconi)

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