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Bovespa cai e interrompe sequência de quatro altas

Petrobrás fecha em alta e limita perdas da Bolsa brasileira; dados do exterior inibiram investidores

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa)interrompeu nesta terça-feira, 15, quatro sessões consecutivas de ganhos. A queda, pautada pelas bolsas externas, foi contida pela alta das ações da Petrobrás. Os indicadores contraditórios no exterior adicionaram cautela aos negócios e os investidores preferiram não ousar na véspera da reunião do Fomc.

 

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O Ibovespa fechou a terça-feira em baixa de 0,06%, aos 69.310,81 pontos. Na mínima do dia, registrou 68.822 pontos (-0,76%) e, na máxima, os 69.515 pontos (+0,24%). No mês, sobe 3,38% e, no ano, 84,58%. O giro financeiro foi fraco e totalizou R$ 4,678 bilhões. Os dados são preliminares.

 

"É normal que depois de um ano forte como esse os investidores não queiram correr riscos", disse o gerente de operações da corretora Um Investimentos, Rodrigo Cunha da Silveira, para justificar o ritmo apático do mercado hoje. Segundo ele, a Bovespa teve um pregão bastante parecido com o da véspera, com a diferença de que hoje o sinal que predominou foi o negativo.

 

Nos últimos dias, muitos indicadores melhores do que as previsões reforçaram as apostas de que o Banco Central norte-americano, o Fed, poderia antecipar a volta do aumento da taxa básica de juros do país. Hoje, no entanto, alguns dos dados vieram muito ruins, dando um toque de realidade a essas previsões e sinalizando que, talvez, a taxa de juros vá ainda demorar um pouco para voltar a subir.

 

Os Fed Funds estão entre zero e 0,25% ao ano e no encontro de amanhã ninguém espera que eles sejam alterados. Mas aguardam com muita ansiedade o comunicado do Fed, justamente para ver em qual das pontas dos indicadores devem colocar mais moedas: se na da melhora ou na da cautela.

 

O pior dado do dia nos Estados Unidos foi o índice Empire State, que despencou de 23,51 em novembro para meros 2,55 em dezembro - ante previsão de que iria a 23,9. Já a inflação ao produtor (PPI) fechou o mês passado em +1,8%, ante 1% estimado. O dado bom veio da indústria, que registrou aumento na produção de 0,8% em novembro, ante previsão de +0,5%.

 

À espera do Fomc, o Dow Jones operava, às 18h17, em baixa de 0,38%, o S&P, de 0,41%, e o Nasdaq, de 0,19%.

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No Brasil, a agenda reservou dados positivos, mas que já estavam precificados nas ações domésticas. O IBGE anunciou alta de 1,4% nas vendas do varejo em outubro ante setembro e de 8,4% ante outubro do ano passado.

 

O destaque da sessão foi Petrobras, que subiu ajudada pelo desempenho do petróleo. Após cair por nove sessões consecutivas e fechar o pregão de ontem no menor nível desde 29 de setembro, a commodity teve recuperação técnica, segundo analistas. Na Nymex, o contrato para janeiro avançou 1,70%, a US$ 70,69. Petrobras ON aumentou 0,98% e PN, 0,26%.

 

Os metais exibiram o mesmo comportamento dos indicadores: contraditório. Fecharam sem trajetória uniforme, assim como Vale e siderúrgicas. Vale ON, -0,12%, Vale PNA, +0,05%, Gerdau PN, +0,14%, Metalúrgica Gerdau PN, +0,62%, Usiminas PNA, -0,08%, CSN ON, -0,65%.

 

BB ON fechou estável. O presidente da instituição, Aldemir Bendine, confirmou que o banco mantém conversas com o Banco Patagônia, da Argentina, para uma eventual associação.

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