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Bovespa: cresce participação da pessoa física

A participação de pessoa física elevou-se na Bovespa de 9,5% em 1996 para 19,5% até outubro deste ano. A participação das instituições financeiras recuou 7 pontos porcentuais. A Internet vem ajudando a popularizar o investimento em ações.

Por Agencia Estado
Atualização:

A participação das pessoas físicas no volume negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou de 9,5% do total em 1996 para 19,5% até outubro deste ano. Ao final dos primeiros dez meses de 2000, existiam 78.539 clientes com posição em custódia na Bolsa, uma alta de 41,67% em relação a janeiro. A ampliação da fatia ocupada por esse segmento do mercado representa um crescimento real, mas também conta com a ajuda da diminuição de outros tipos de investidores. Ou seja, a pessoa física ocupa parte do espaço deixado por outros setores. Dados da Bovespa mostram que, entre 1996 e outubro de 2000, a fatia ocupada pelos investidores estrangeiros caiu cerca de 7 pontos porcentuais, para 21,86%. A participação das instituições financeiras também recuou 7 pontos porcentuais, para 36,9%. O superintendente de operações da Bovespa, Ricardo Nogueira, disse que um dos fatores que explicam esse aumento é a própria queda no volume total transacionado. "O comportamento desse segmento em Bolsa tem sido exemplar", afirmou o diretor de renda variável do ABN Amro Asset Management, Alexandre Póvoa. Na avaliação dele, esses investidores estão amadurecendo ao entender que a aplicação em Bolsa deve ser vista como de longo prazo. A venda de parte das ações da Petrobrás que estavam em poder do governo também contribuiu para aumentar o interesse e a participação da pessoa física no mercado. Ocorrida em 9 de agosto último, a operação deu-se por meio da venda pulverizada de ações, e o pequeno investidor pôde usar seu fundo de garantia para comprar papéis. Perspectiva de crescimento A Internet vem ajudando a popularizar o mercado acionário. Hoje, os investidores podem negociar ações pela rede e contam com sites educativos. A estabilidade econômica também é citada pelos especialistas como um fator que favorece a entrada desses novos investidores. Pelo raciocínio, a queda dos juros reais faz com que a aplicação em renda fixa torne-se menos atrativa. A perspectiva para os próximos anos é que o crescimento real continue, mas de maneira lenta. "O aumento dependerá do sucesso de outras privatizações que ocorram por meio da pulverização de ações", disse o chefe de análise do Deutsche Bank, Roberto Rocha. "Se a economia continuar estável e os juros caírem mais, as pessoas ficarão mais dispostas a investir", completou.

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