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Bovespa discorda que mercado imporá eleição de Serra

Segundo o presidente da Bovespa, a atual volatilidade no mercado financeiro é "normal e própria" de anos eleitorais, o que não afeta a estratégia dos investidores em bolsa

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, afirmou hoje discordar da opinião do megainvestidor George Soros de que o mercado financeiro irá impor a eleição do senador José Serra (PSDB-SP) para a Presidência da República. "Essa é uma visão pessoal. Não podemos esquecer que existe o peso do mercado e das urnas nas eleições presidenciais", disse. Segundo ele, a atual volatilidade no mercado financeiro é "normal e própria" de anos eleitorais, o que não afeta a estratégia dos investidores em bolsa. "Não é a volatilidade de três ou quatro meses que altera a percepção sobre o investimento. Quem aplica no mercado de capitais está pensando nos resultados de uma companhia que serão alcançados em três, quatro ou cinco anos", afirmou. Magliano participa, em Brasília, da inauguração da exposição "Bovespa, a Bolsa do Brasil", no Senado Federal. Investimentos Magliano disse que o momento pode ser favorável para investimentos no mercado de capitais. Segundo ele, os preços das ações no Brasil estão "convidativos". O presidente da Bovespa acredita que a operação na forma de marcação dos preços dos ativos nos fundos de investimento de renda fixa poderá favorecer uma migração para a bolsa. Magliano afirmou que a Bovespa vem fazendo um trabalho de conscientização sobre a importância do mercado de capitais no País, com destaque para a possibilidade de aprovação, amanhã, da proposta de emenda constitucional que prorroga a CPMF, que isentará os investimentos em ações da cobrança do tributo. "Já não existe mais a visão de que a bolsa de valores é um grande cassino", disse. Propostas Segundo Magliano, logo após a aprovação da proposta da CPMF, os dirigentes da Bovespa começarão um novo trabalho com parlamentares e representantes do Poder Executivo, para aprovar outras três propostas que poderão incrementar as aplicações no mercado de capitais. O primeiro passo será tentar reduzir de 20% para 10% a alíquota do imposto de renda cobrado sobre ganhos de capital. Até dezembro do ano passado essa alíquota era de 10%. O principal argumento para essa redução é a necessidade de haver uma distinção das alíquotas de impostos que são cobrados de produtos diferentes. Para o presidente da Bovespa, as aplicações em mercado de capitais não podem sofrer a mesma tributação dos investimentos em renda fixa, taxados em 20%. O segundo projeto defendido pela Bovespa é a criação de uma legislação específica para as empresas que vendem ações para os funcionários. O terceiro é criar um mecanismo para permitir aos trabalhadores o uso de até 2% do Fundo de Garantia para aplicação no mercado de capitais.

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