‘Bovespa é destaque entre emergentes’, diz diretor do UBS
O banco UBS voltou, após dois anos, a recomendar a bolsa brasileira para seus investidores globais
Entrevista com
Paulo Corchaki, diretor da área de Wealth Management do UBS
Entrevista com
Paulo Corchaki, diretor da área de Wealth Management do UBS
03 de janeiro de 2017 | 11h20
O banco de investimento UBS voltou a apostar as fichas na Bolsa brasileira depois de dois anos. As recomendações valem inclusive para os investidores globais, para os quais o Brasil é apontado como destaque entre os mercados emergentes.
“A grande diferença entre 2016 e 2017 é que estamos confiantes com a renda variável”, diz Paulo Corchaki, diretor da área de Wealth Management do UBS.
As projeções do banco dão dimensão dessa visão: o Ibovespa - índice de referência do mercado acionário brasileiro - pode se aproximar das máximas históricas, ao redor de 74 mil pontos, até meados de outubro do ano que vem.
Nem mesmo a perspectiva de atividade econômica ainda fraca deve atrapalhar esse movimento, opina Corchaki. “A expectativa com a aprovação da Reforma da Previdência vai ajudar a Bolsa”, diz.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Os investimentos e, em especial, a Bolsa, vão continuar a se beneficiar mesmo com a perspectiva ainda difícil para o PIB?
Essa percepção de que a atividade econômica está fraca já está consolidada. O que poderia surpreender é se for pior do que isso. O cálculo de crescimento acaba carregando efeitos do ano anterior. Como a atividade econômica está decepcionando no terceiro e o quarto trimestre, naturalmente você reduz o potencial de crescimento para 2017.
Então o mercado financeiro vai continuar a se mover por conta das expectativas?
Sim. A expectativa de aprovação da reforma da Previdência é o que vai guiar os mercados. Nossa projeção em relação à renda variável é positiva, e tem perspectiva de aprovação da Previdência no terceiro trimestre do ano que vem. Se isso se confirmar, a Bolsa deve estar perto das máximas históricas, ao redor dos 74 mil pontos.
Há espaço para avanço da Bolsa mesmo com a alta de 2016?
Apesar dos riscos políticos no Brasil, como a delação da Odebrecht, e algumas incertezas internacionais, como a eleição de Donald Trump nos EUA, a visão sobre os mercados emergentes é positiva. Essa visão é uma recomendação do UBS globalmente, para que os nossos clientes tenham um pouco mais de alocação em mercados emergentes, especialmente o Brasil. A grande diferença no cenário entre 2016 e 2017 é que voltamos a ser confiantes com a renda variável.
Algum setor deve ir melhor?
Os setores financeiros e de energia são as nossas duas principais apostas. No setor financeiro, empresas como Itaú, Bradesco e BB Seguridade podem ir bem. Se você tem retomada econômica, você tem menos tomada de crédito e passa a ter maiores lucros. No setor de energia destacamos Petrobrás, vemos com bons olhos o cenário para a estatal.
As aplicações em renda fixa ainda são uma aposta segura?
A alocação em renda fixa ainda é interessante, mesmo com a trajetória esperada de queda da taxa de juros. Destaco os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação. Neles você consegue garantir uma taxa de juros real ainda muito elevada. É uma forma confortável de investir.
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