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‘Bovespa é destaque entre emergentes’, diz diretor do UBS

O banco UBS voltou, após dois anos, a recomendar a bolsa brasileira para seus investidores globais

Por Hugo Passarelli
Atualização:
  Foto: Julio_Vilela | DIV

O banco de investimento UBS voltou a apostar as fichas na Bolsa brasileira depois de dois anos. As recomendações valem inclusive para os investidores globais, para os quais o Brasil é apontado como destaque entre os mercados emergentes.

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“A grande diferença entre 2016 e 2017 é que estamos confiantes com a renda variável”, diz Paulo Corchaki, diretor da área de Wealth Management do UBS.

As projeções do banco dão dimensão dessa visão: o Ibovespa - índice de referência do mercado acionário brasileiro - pode se aproximar das máximas históricas, ao redor de 74 mil pontos, até meados de outubro do ano que vem.

Nem mesmo a perspectiva de atividade econômica ainda fraca deve atrapalhar esse movimento, opina Corchaki. “A expectativa com a aprovação da Reforma da Previdência vai ajudar a Bolsa”, diz.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Os investimentos e, em especial, a Bolsa, vão continuar a se beneficiar mesmo com a perspectiva ainda difícil para o PIB?

Essa percepção de que a atividade econômica está fraca já está consolidada. O que poderia surpreender é se for pior do que isso. O cálculo de crescimento acaba carregando efeitos do ano anterior. Como a atividade econômica está decepcionando no terceiro e o quarto trimestre, naturalmente você reduz o potencial de crescimento para 2017.

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Então o mercado financeiro vai continuar a se mover por conta das expectativas?

Sim. A expectativa de aprovação da reforma da Previdência é o que vai guiar os mercados. Nossa projeção em relação à renda variável é positiva, e tem perspectiva de aprovação da Previdência no terceiro trimestre do ano que vem. Se isso se confirmar, a Bolsa deve estar perto das máximas históricas, ao redor dos 74 mil pontos.

Há espaço para avanço da Bolsa mesmo com a alta de 2016?

Apesar dos riscos políticos no Brasil, como a delação da Odebrecht, e algumas incertezas internacionais, como a eleição de Donald Trump nos EUA, a visão sobre os mercados emergentes é positiva. Essa visão é uma recomendação do UBS globalmente, para que os nossos clientes tenham um pouco mais de alocação em mercados emergentes, especialmente o Brasil. A grande diferença no cenário entre 2016 e 2017 é que voltamos a ser confiantes com a renda variável.

Algum setor deve ir melhor?

Os setores financeiros e de energia são as nossas duas principais apostas. No setor financeiro, empresas como Itaú, Bradesco e BB Seguridade podem ir bem. Se você tem retomada econômica, você tem menos tomada de crédito e passa a ter maiores lucros. No setor de energia destacamos Petrobrás, vemos com bons olhos o cenário para a estatal.

As aplicações em renda fixa ainda são uma aposta segura?

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A alocação em renda fixa ainda é interessante, mesmo com a trajetória esperada de queda da taxa de juros. Destaco os títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação. Neles você consegue garantir uma taxa de juros real ainda muito elevada. É uma forma confortável de investir.

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