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Bovespa fecha em alta de 1,83% após sessão volátil

Bolsa consegue se descolar da tendência de baixa em NY, favorecida por bancos, siderúgicas e construtoras

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

Num pregão bastante volátil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conseguiu descolar-se da tendência predominantemente baixista em Wall Street e fechar no azul, favorecida pelas ações de siderúrgicas, bancos e construtoras. As sucessivas medidas de ajuda divulgadas nos Estados Unidos - hoje foram US$ 800 bilhões, um dia depois do socorro igualmente bilionário do Citigroup - têm feito com que os poucos investidores domésticos relutem um pouco em se desfazer dos papéis.   Veja também: Fed anuncia US$ 800 bilhões para ajudar mercado de crédito PIB dos EUA encolhe 0,5% no 3º trimestre Mineradora BHP desiste de comprar rival Rio Tinto  De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    Assim, o Ibovespa terminou com ganhos de 1,83%, aos 34.812,86 pontos, mas chegou a atingir 3,93% de elevação (35.532 pontos), no final da manhã, com o anúncio da ajuda do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). Na mínima, tocou em 33.620 pontos (-1,66%). No mês, acumula perdas de 6,56% e, no ano, de 45,51%. O giro financeiro totalizou R$ 3,729 bilhões. Os dados são preliminares.   O Fed lançou um programa de US$ 200 bilhões para o crédito ao consumidor e um de US$ 600 bilhões para o mercado de títulos lastreado em hipotecas nos EUA. O objetivo é "reduzir o custo e aumentar a disponibilidade de crédito para a compra de imóveis, o que, por sua vez, irá sustentar os mercados imobiliários e alimentar condições melhores nos mercados financeiros de modo geral".   Os especialistas gostaram principalmente da ajuda aos consumidores, visto que, até então, eram as instituições as principais beneficiadas da ajuda do governo. Vide ontem o Citigroup, que recebeu US$ 20 bilhões diretamente do Federal Reserve, além de ter garantidos US$ 306 bilhões em ativos.   Ao colocar o consumidor como beneficiário, o Fed está de olho no reaquecimento econômico, visto que os gastos deles correspondem a 70% da atividade econômica do país - e haviam caído no terceiro trimestre.   Os pacotes puxaram as bolsas temporariamente para cima, mas os índices conhecidos hoje fizeram o rumo se inverter - pelo menos até o fechamento da Bovespa, embora as perdas no final da sessão doméstica fossem mínimas perto do pior momento do dia. Entre os dados conhecidos, o principal foi a revisão do PIB do terceiro trimestre, quando foi reduzido de -0,3% para -0,5%. O único número favorável foi o índice de confiança do consumidor norte-americano medido pela Conference Board, que ficou em 44,9 em novembro, do número revisado de 38,8 em outubro.   Às 18h17, Dow Jones e S&P firmavam-se em alta: o Dow Jones subia 0,48%, o S&P avançava 0,50%, mas o Nasdaq perdia 0,78%. O índice das ações do setor de tecnologia sofreu com o desempenho dos papéis da HP, que, no relatório do lucro do terceiro trimestre, divulgado ontem, manteve uma perspectiva forte para 2009, o que fez alguns analistas especularem se a empresa não está otimista demais diante de uma desaceleração econômica global. Com isso, os investidores bateram em papéis da empresa, além de ações de tecnologia como um todo.   O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, deu sua segunda entrevista em dois dias, hoje anunciando a escolha do chefe do Escritório de Orçamento do Congresso, Peter Orszag, como diretor do Escritório de Administração e Orçamento (OMB, na sigla em inglês). Mas hoje a notícia não teve o impacto de ontem.   O setor de construção, um dos mais castigados na Bovespa por causa da liquidez mais estreita, subiu hoje na esteira do relatório do BC sobre o crédito. Segundo a autoridade monetária doméstica, o estoque de operações de crédito do sistema financeiro cresceu 2,9% em outubro, ante setembro, totalizando R$ 1,187 trilhão. No acumulado do ano, o crédito registra expansão de 26,8% e a alta é de 34,6% nos últimos 12 meses. O volume de novas concessões, entretanto, caiu 3% ante setembro, para R$ 157,257 bilhões, liderado pelo segmento de pessoas físicas (-3,5%). Cyrela ON foi a segunda maior alta do Ibovespa, ao subir 14,10%. Rossi Residencial ON avançou 8,09% e Gafisa ON, 4,64%.   Dólar   O dólar fechou em queda frente ao real nesta terça-feira pela segunda sessão consecutiva, depois de acompanhar a forte volatilidade do cenário internacional. A moeda norte-americana caiu 0,13%, para R$ 2,325. Durante a sessão, o dólar chegou a cair 2% e a subir 1,4%.   "A volatilidade foi bem forte hoje, o mercado (cambial) ficou bem ligado aos mercados internacionais, principalmente de moedas", afirmou Luis Piason, gerente de operações de câmbio da corretora Concórdia, ressaltando a repercussão global às novas medidas do Federal Reserve.

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