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Bovespa fecha outubro em alta e ganho do ano beira 47%

Por JULIANA SIQUEIRA
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta nesta quarta-feira e bateu novo recorde, contabilizando ganho de 8 por cento em outubro. Dos dez meses do ano até agora, a Bovespa subiu em oito, sendo que nos outros dois caiu muito pouco. O mercado operou em alta o dia inteiro, na expectativa de um corte de 0,25 ponto no juro norte-americano pelo Federal Reserve, o que foi confirmado às 16h15. Os comentários do Fed foram considerados mais duros do que o esperado, sinalizando que a autoridade monetária pode manter o juro no curto prazo, mas isso não conteve as compras. A quarta-feira contou ainda com a notícia de que a economia norte-americana cresceu mais que o esperado no terceiro trimestre e que as empresas privadas criaram mais postos de trabalho que o previsto nos Estados Unidos em outubro, uma sinalização de que o relatório de emprego que sai na sexta também pode superar expectativas. O principal indicador da Bovespa encerrou a sessão com valorização de 1,45 por cento, a 65.317 pontos, elevando o ganho do ano a 46,9 por cento. Analistas prevêem que o Ibovespa mantenha sua tendência de alta, fechando o ano perto de 70 mil pontos, com os mais otimistas falando em 75 mil pontos. "Para Brasil, como o fluxo permanece bastante elevado, tanto na parte de IPOs quanto na parte comercial, e a visão do mercado em si para emergentes é de que esse 'call de decoupling' se mantém, não se observa uma visão mais negativa dos agentes (por conta dos comentários do Fed)", disse Alexandre Sant'Anna, analista da ARX Capital Management. Muitos analistas acreditam que mesmo que a economia norte-americana desacelere, o avanço de outras economias, como a chinesa, vai contrabalançar o movimento. Juros mais baixos nos Estados Unidos aumentam a atratividade de investimentos mais arriscados, como ações de emergentes. A queda do juro brasileiro e a expectativa de que o país atinja o grau de investimento em alguns meses também têm ajudado a impulsionar a Bovespa. "Como o mercado antecipa a precificação disso (grau de investimento) em aproximadamente 6 meses, talvez janeiro, fevereiro, fosse um período em que o mercado estaria em seu topo, já esgotando esse ciclo de alta", comentou o gestor de uma corretora nacional que prefere não ser identificado. GIRO FORTE O volume financeiro da quarta-feira ficou em 6,3 bilhões de reais, acima da média diária do ano, de 4,4 bilhões de reais. A média diária de outubro, entretanto, ficou em cerca de 6,7 bilhões de reais. A blue chip Petrobras foi o papel mais negociado e subiu 2,86 por cento, para 72,02 reais, acompanhando o novo recorde do preço do barril do petróleo no mercado internacional, que superou 94 dólares em Nova York. Os papéis da Companhia Vale do Rio Doce também contribuiu para o bom desempenho da bolsa, com valorização de 1,39 por cento, para 54,65 reais. Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram as ações da TAM, depois que o Citigroup melhorou sua recomendação de "manter" para "compra" e elevou em 30 por cento o preço-alvo dos ADRs da companhia. As ações da companhia aérea subiram 3,25 por cento, para 51,10 reais. Já a maior queda ficou com Comgás, que recuou 3,04 por cento, para 44,60 reais, em meio a notícias de redução do abastecimento de gás pela Petrobras.

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