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Bovespa fecha pregão estável, mas acumula alta de quase 4% em junho

O principal índice da Bovespa fechou estável nesta segunda-feira, mas encerrou o mês, o trimestre e o semestre em alta, beneficiado pelo fluxo de recursos externos e expectativas eleitorais. Em um cenário de perspectivas ainda fracas para a atividade econômica, a expectativa é de que as pesquisas eleitorais continuem ditando o comportamento da bolsa no mês que vem, enquanto o giro financeiro permanece fraco. O Ibovespa teve variação positiva de 0,02 por cento nesta segunda-feira, a 53.168 pontos. O giro financeiro do pregão totalizou 5,4 bilhões de reais. O índice avançou 3,76 por cento em junho, 5,46 por cento no trimestre e passou a acumular ganho de 3,22 por cento em 2014. "Muito disso se deve à liquidez global abundante, conforme investidores buscam maiores retornos fora de países desenvolvidos", disse o economista-chefe do Banco Espírito Santo (BES), Jankiel Santos. Os dados mais recentes da BM&FBovespa mostram o ingresso líquido de 13 bilhões de reais de recursos externos no acumulado do ano, sendo que 9,6 bilhões de reais apenas no segundo trimestre. "Nada melhorou aqui em termos do cenário econômico, embora pareça que a tendência para a liquidez continuará por enquanto", disse Santos, do BES. O movimento de alta no trimestre também foi amparado por expectativas de mudanças na política econômica após as eleições, uma vez que pesquisas apontaram queda nas intenções de voto e da aprovação da presidente Dilma Rousseff, criticada pela intervenção considerada excessiva em estatais. "Agora o mercado está em compasso de espera por mais pesquisas eleitorais. Quem entrou no mercado está esperando uma novidade para continuar comprando ou para zerar (as posições) que já comprou", disse o economista Hersz Ferman, da Elite Corretora. Pesquisa recente da Reuters com previsões de analistas mostra que, se Dilma for reeleita, o Ibovespa deve encerrar o ano a 51.250 pontos. Contudo, caso perca, o índice pode chegar a 62 mil pontos no fim de dezembro. Enquanto o mercado aguarda por mais novidades eleitorais --uma nova pesquisa do Datafolha está programada para esta semana--, o volume da bolsa tem se mantido baixo nos últimos dias, também afetado pelos pregões mais curtos nos dias de jogo do Brasil na Copa do Mundo. "O mercado está em clima de Copa, e, mesmo quando não tem jogo do Brasil, o volume está abaixo da média", disse o operador Thiago Montenegro, da Quantitas Asset Management. Ele acredita que o giro financeiro deva continuar fraco em julho, quando as férias de verão nos Estados Unidos e na Europa limitam a atividade de investidores estrangeiros, responsáveis por pouco mais de 50 por cento da movimentação da bolsa nos últimos meses. O especialista em renda variável Rogério Oliveira, da Icap Brasil, também avalia que o volume de negócios dificilmente irá crescer, com o mercado apático nos dias em que não há divulgação de pesquisas. "Os balanços corporativos podem trazer uma ou outra novidade para alguma empresa no fim do mês, mas a especulação sobre as pesquisas vai continuar balizando o desempenho", disse Oliveira. Outro fator que deve continuar influenciando a bolsa no próximo trimestre é a China, onde a queda do preço do minério de ferro tem afetado as ações da mineradora Vale, que tem no país o principal destino de suas exportações.

Por PRISCILA JORDÃO
Atualização:

(Reportagem adicional de Asher Levine)

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