A Bolsa de Valores de São Paulo fechou o pregão em queda nesta terça-feira, 2, em um esperado movimento de realização de lucros após subir 3,10% na véspera, batendo seu 37º recorde do ano. O principal índice da Bolsa caiu 0,52%, terminado o dia aos 62.017,1 pontos. Com o recorde de segunda-feira, que os investidores quiseram vender nesta terça suas ações mais valorizadas e recuperar o dinheiro ganho. O dólar, por sua vez, interrompeu uma seqüência de cinco baixas consecutivas e avançou 0,83% nesta terça-feira, acompanhando um movimento de ajustes nos mercados internacionais. A moeda norte-americana fechou a R$ 1,825. Na véspera, o dólar havia encerrado a R$ 1,81, no menor valor desde agosto de 2000. O mercado de câmbio brasileiro seguiu a recuperação do dólar no exterior. A moeda norte-americana, que vinha caindo a níveis recordes, operou em alta ante o euro e o iene, e moedas de países emergentes, como o rand sul-africano e a lira turca. Desde o corte do juro nos Estados Unidos, na metade de setembro, a moeda norte-americana vinha se desvalorizando de forma consistente. Isso ocorreu porque os investidores passaram a ter menos interesse em ativos norte-americanos, que ficaram com rendimento menor, e foram atrás de aplicações em outros países, como o Brasil. Com a pausa neste movimento internacional, as ações no Brasil também pisaram no freio e interromperam a alta dos últimos dias. Somente no final da tarde, perto do fechamento do câmbio, as ações diminuíram as perdas e passaram a operar perto da estabilidade. "Tem um movimento de realização (de lucros) natural, até típico da nossa bolsa, e isso se reflete no dólar", disse Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora. "Mas é só isso, não vejo nada de mais sério e que vá interromper aquele movimento (de queda do dólar). Ele está numa tendência bastante firme e consistente de ingresso de capital estrangeiro para a bolsa, e com isso o fluxo (positivo) vai ficar acentuado", avaliou. O mercado aguarda, na quarta-feira, a divulgação pelo Banco Central dos dados de fluxo de câmbio no mês de setembro. Os números devem mostrar uma recuperação do fluxo, que chegou a ficar negativo antes do corte dos juros nos Estados Unidos.