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Bovespa inverte alta da véspera e abre em queda de 3%

Queda de commodities e oscilação nos mercados internacionais prejudicam abertura na Bolsa de São Paulo

Por Sueli Cmapo e da Agência Estado
Atualização:

Após a alta exagerada de segunda-feira de 8,36%, a Bolsa de Valores de São Paulo passa por uma correção de preços na abertura. O principal índice da Bovespa caía 3,05% às 11h19, menos de meia hora após a abertura do pregão. A intensidade e a duração dessa realização de lucros será influenciada em grande parte pelo mercado internacional, que opera em direções divergentes, mas num ambiente de menor tensão, embora ainda volátil.   Veja também: Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise     O ajuste negativo na Bovespa nesta terça sofre também a influência das commodities, o que repercute nas ações de Petrobras e Vale, que na véspera cravaram altas superiores a dois dígitos, turbinando os ganhos da Bovespa. O petróleo, que na segunda fechou acima de US$ 74 o barril, hoje volta a operar em baixa, na faixa dos US$ 72 na Nymex eletrônica, queda de 2,5%, com os participantes de lado, à espera da reunião de emergência da Opep nesta sexta-feira.   Os metais também apresentam desempenho ruim hoje. O cobre cai em Nova York na esteira das perdas em Londres, onde chegou a cair mais de 4% mais cedo, mas em meio um volume reduzido de negócios com traders aguardando a abertura do mercado norte-americano.   O mercado acompanha com atenção hoje os balanços de empresas norte-americanas. A lista de divulgação é longa e inclui nomes de peso como Yahoo, Apple, Pfizer, 3M, Caterpillar, Dupont, Blackrock, E*TRADE entre outros. São os balanços que estão puxando o movimento de realização indicado pelos índices futuros em Nova York. Ao mesmo tempo, continua a expectativa com um novo pacote de estímulo fiscal nos EUA, conforme sinalizado ontem pelo presidente do Fed, Ben Bernanke.   Na Europa, a única bolsa que ainda se mantém no terreno positivo é a de Paris, com +0,43%, refletindo a injeção de capital anunciada pelo governo francês em alguns bancos entre eles BNP Paribas, Crédit Agricole e Société Générale. Em Londres, a queda é de 1,42% e em Frankfurt de 1,68%.   Aqui, as atenções se voltam para o presidente do BC, Henrique Meirelles, que participa com o ministro Guido Mantega de debate sobre crise financeira mundial na Câmara, às 14h30. No campo corporativo, a Net, maior empresa de TV por assinatura do País, anunciou prejuízo líquido de R$ 64 milhões no terceiro trimestre, contra lucro líquido de R$ 51 milhões no mesmo período do ano passado. O prejuízo foi três vezes maior que os R$ 20,96 milhões esperados por cinco instituições financeiras consultadas pela Agência Estado.   A Gol, por outro lado, informou que o impacto dos ganhos de hedge cambial e das perdas em hedge de combustível, no terceiro trimestre, resultou numa perda líquida de aproximadamente R$ 48 milhões, que será contabilizada no resultado financeiro. A Gol prevê que o crescimento do tráfego no mercado aéreo doméstico no terceiro trimestre deve alcançar 9,9%.   Ásia   Os mercados de ações asiáticos registraram valorização nesta terça, impulsionados por sinais de que os esforços de governos para diminuir taxas de empréstimos de curto prazo estão surtindo efeito. Comentários do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, que deram apoio a mais investimentos estatais para apoiar a economia, também influenciaram os negócios.   O índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, teve valorização de 3,3%, recuperando-se em 25% em relação ao forte declínio do último mês. O índice MSCI que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subia 0,39% às 7h52 (horário de Brasília). O indicador acumula queda de 18% em outubro e de 50% no ano.

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