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Bovespa: novas regras para o Novo Mercado

A Bovespa formulou uma série de novas regras para adesão das empresas ao Novo Mercado. Acionistas minoritários serão os grandes beneficiados pela novidade.

Por Agencia Estado
Atualização:

Acionistas minoritários serão os grandes beneficiados pelo Novo Mercado, lançado na semana passada pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A principal novidade é a negociação somente de ações ordinárias (ON), que dão direito a voto. As companhias terão de adotar o direito de tag along, ou seja, em caso de venda da empresa, as condições da oferta aos controladores têm de ser estendidas aos minoritários. A adesão ao Novo Mercado será lenta porque as empresas precisam primeiro adaptar-se às exigências da Bovespa. A expectativa é que até o fim de março pelo menos cinco companhias já tenham suas ações negociadas. Isso significa que no início o investidor terá de conviver com o baixo volume de negócios do mercado. Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Analistas de Mercado de Capitais (Abamec-SP), Antônio Carlos Colangelo Luz, no início das operações apenas grandes empresas, como Souza Cruz, Light e CSN, terão condições de entrar no mercado. O presidente da Associação Nacional dos Investidores do Mercado de Capitais (Animec), Waldir Luiz Corrêa, acredita que o Novo Mercado será muito bom desde que as empresas selecionadas para atuar no pregão tenham potencial de crescimento. A criação dos níveis 1 e 2, que diferencia as companhias relacionadas na Bolsa por transparência e boa governança corporativa, deve ser absorvida mais rapidamente pelo mercado. Muitas empresas já se enquadram nas exigências da Bovespa. Confira abaixo a relação das principais regras que a Bovespa formulou para empresas que pretendem ingressar no Novo Mercado: - Emitir somente ações ordinárias (ON), que dão direito a voto; - Obedecer ao direito de tag along, ou seja, em caso de venda da empresa, as condições da oferta devem ser iguais para todos os acionistas, minoritários ou controladores; - Divulgar balanço anual de acordo com normas do US GAAP (normas utilizadas nos Estados Unidos) ou IASC GAAP (normas internacionais de contabilidade); - Divulgar com mais transparência as informações prestadas trimestralmente; - Manter em circulação uma parcela mínima de ações que representem 25% do capital; - Estipular R$ 10 milhões como valor mínimo das emissões iniciais; - Realizar ofertas públicas de colocação de ações no mercado por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital; - Ter conselho de administração unificado, com mandato de um ano composto por, no mínimo, cinco membros eleitos pela assembléia geral; - Se for instalado conselho fiscal, os acionistas titulares de ações em circulação devem ter direito de eleger um conselheiro a mais que o acionista controlador; e - Aderir à Câmara de Arbitragem para resolução de conflitos societários.

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