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Bovespa oscila e fecha estável; dólar cai 0,38%

Em Nova York, as bolsas subiram. Mas ainda houve certa cautela entre os investidores quanto aos efeitos das perdas no setor de crédito imobiliário de risco

Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) oscilou durante todo o dia, acompanhando o comportamento das bolsas de Nova Yor. No fechamento dos negócios, o Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa - caiu 0,02%, quase estável em relação ao fechamento de Quarta-feira. Em Nova York, as bolsas subiram, depois que a divulgação dos lucros da Bear Stearns reduziu a preocupação de que os problemas no setor de crédito imobiliário de risco (subprime) possam se espalhar pelo resto da economia. O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, avançou 0,22%, para 12.159 pontos. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e internet - subiu 0,29%, para 2.378 pontos. Dos Estados Unidos, outro foco de atenções nesta quinta foi a divulgação de dados que mostraram aumento além do esperado nos preços ao produtor dos Estados Unidos em fevereiro e fraqueza na atividade manufatureira de Nova York. A reação inicial do mercado norte-americano foi negativa, porém rapidamente revertida quando analisados os números com maior rigor. A expectativa predominante agora é em relação ao CPI (inflação no varejo), que será divulgado nesta sexta-feira e pode dar mais sinais sobre o rumo do juro norte-americano. Internamente a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) veio dentro do esperado, mostrando que a Selic, a taxa básica de juros da economia, vai cair 0,25 ponto nas próximas reuniões. Na ata da reunião da semana passada, o Comitê indicou que continuará a reduzir a taxa básica de juro com parcimônia. O dólar encerrou em baixa de 0,38%, a R$ 2,0900. Mercado imobiliário dos EUA A Bear Stearns, principal fornecedora em Wall Street de garantia a títulos de fundos imobiliários, anunciou que seu lucro trimestral subiu, superando as estimativas de analistas, e afirmou que os problemas com empréstimos de risco no setor estavam amplamente contidos. A Lehman Brothers fez comentários semelhantes na véspera. "Todos estavam esperando muito da questão do crédito imobiliário de risco. Mas a economia está indo bem, e eu ainda acho que o mercado no longo prazo terá uma metade de ano razoável", disse Victor Pugliese, diretor da First Albany, em São Francisco. As ações de empresas financeiras, que estiveram entre as mais atingidas na forte queda de terça-feira, subiram pelo segundo dia. Os papéis da Wells Fargo, quinto maior banco dos Estados Unidos, subiram 1,6%, e as ações da Countrywide Financial, que como a Wells Fargo realiza hipotecas para consumidores com perfil ruim de crédito, subiram 2,9%. Mas, mesmo com os ganhos, ainda houve certa cautela entre os investidores quanto aos efeitos das perdas no setor de crédito imobiliário de risco. O ex-presidente do Federal Reserve Alan Greenspan alertou que os problemas do setor podem se espalhar sobre a economia. Impactos O fato é que ainda não é possível saber qual a extensão do impacto da crise do mercado imobiliário para a economia real dos Estados Unidos. O que se sabe é que, com a alta dos juros no país, os americanos estão gastando mais para pagar suas hipotecas e isso reduz o poder de consumo. Outra conseqüência é a redução da riqueza dos norte-americanos. Isso porque, com o calote das hipotecas, muitos imóveis serão retomados e voltarão para o mercado, o que reduzirá o preço dos imóveis - um dos investimentos mais usados pelos norte-americanos. Bolsas européias As ações européias interromperam uma seqüência de três quedas seguidas para fechar em alta nesta quinta-feira. As aquisições e reestruturações, junto com altos preços dos metais, desviaram a cabeça dos investidores das preocupações com o mercado imobiliário dos Estados Unidos. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações das empresas européias, subiu 1,83%, para 1.453 pontos, maior alta diária desde o início da turbulência nos mercados globais, no dia 27 de fevereiro. Em Londres, a alta foi de 2,21%. Em Frankfurt, as ações subiram 2,14%. Em paris, a alta foi de 1,77%. Em Milão, a bolsa subiu 1,50%. Em Madri, o ganho foi de 2,48%. E, em Lisboa, 0,8%. Os mercados asiáticos também se recuperaram.

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