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Bovespa prepara criação de índice para o setor imobiliário

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

A revoada de empresas do setor imobiliário para a Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos anos está levando a instituição a criar um índice específico para medir o desempenho das ações ligadas ao segmento. Uma audiência pública para definir os critérios de composição do indicador, a entrar em vigor no início de 2009, deve acontecer em maio, disse à Reuters o superintendente de operações da Bovespa, Ricardo Pinto Nogueira. "Vamos escutar os players do mercado para saber o que eles esperam do índice", afirmou. Nogueira explicou que, entre incorporadoras, imobiliárias, construtoras de residências e de shopping centers, já existem cerca de 30 empresas com ações negociadas na Bovespa, o maior número de players por ramo de atividade da economia. Por isso, representantes do setor e profissionais de investimentos há algum tempo já vinham cobrando a criação de um índice. O motivo da espera, explicou Nogueira, deveu-se ao tempo necessário para a formação de massa crítica suficiente. Todos os demais índices da Bovespa são formados por empresas listadas no pregão por pelo menos 12 meses. "Hoje ainda há muitas empresas que não completaram esse tempo de mercado, por isso um índice teria representatividade mais limitada", disse. Na audiência serão discutidos os critérios de inclusão do índice e o peso de cada ação na carteira. Isso porque há empresas que atuam em setores correlatos, como no caso das construtoras e administradoras de shopping centers, as imobiliárias e as fabricantes de produtos para a construção civil, caso da Duratex e da Satipel. Atualmente, dos 10 índices da Bovespa, apenas três são setoriais: Itel (telecomunicações), IEE (energia elétrica) e INDX (indústria de base). Nogueira revelou também que a Bovespa deve trabalhar em 2009 na criação de um índice para o agronegócio. "Já estamos sendo consultados a respeito", disse. A elaboração de índices para os setores de siderurgia e de bancos, que também chegou a ser cogitada pela Bovespa, está temporariamente suspensa. No caso das fabricantes de mineração e aço, o motivo é a consolidação do setor, que levou à deslistagem das ações da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), Belgo Mineira, Caemi e Acesita, reduzindo o número de players. Para os bancos, o problema é parecido. Embora uma série de bancos de médio porte tenha se listado na Bovespa, sua participação percentual no setor ainda é muito pequena em relação a gigantes como Bradesco e Itaú.

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