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Bovespa quer negociação cruzada com bolsas andinas em 2010

Bolsa brasileira planeja acordos com Chile, Colômbia e Peru que podem valer a partir do início do ano que vem

Por Marcilio Souza
Atualização:

A BM&FBovespa está interessada em fazer acordos com as bolsas do Chile, Colômbia e Peru que permitirão negociações cruzadas de ações e derivativos já no início do ano que vem. "O objetivo é criar um sistema de bolsas na América Latina com a BM&FBovespa no centro", disse o diretor de desenvolvimento de negócios do grupo, Paulo Oliveira, em entrevista à agência Dow Jones nesta semana.

 

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As negociações estão avançadas com os países andinos, e a bolsa brasileira espera assinar os acordos até o final deste ano. A BM&FBovespa também está em negociações preliminares com bolsas do México e da Argentina.

 

Segundo o acordo, um investidor do Chile poderia registrar-se como investidor estrangeiro no Brasil e então comprar ações de companhias brasileiras por meio da bolsa de Santiago. Da mesma forma, um investidor brasileiro poderia comprar ações chilenas listadas em Santiago por meio da BM&FBovespa.

 

Oliveira disse que o plano foi recebido positivamente pelas bolsas e agentes reguladores latino-americanos, principalmente do Chile e da Colômbia. A BM&FBovespa se beneficiaria da centralização das negociações na América Latina, enquanto as praças andinas ganhariam com o aumento da demanda, do volume e da liquidez para suas ações listadas.

 

"Nós respondemos por 80% dos negócios com ações e por 90% das transações com derivativos na região", disse Oliveira. "Podemos oferecer liquidez para outras bolsas e oportunidades de levantamento de capital para empresas da região." Ele destacou que as bolsas se tornariam parte de um grupo maior num momento em que as praças se fundem ao redor do mundo.

 

Representantes das bolsas de Santiago, Lima e Bogotá não comentaram a entrevista.

As negociações cruzadas iriam inicialmente se concentrar nas ações, enquanto os derivativos, como futuros de taxas de juros e commodities, seriam oferecidos a partir do portfólio da BM&FBovespa, que está desenvolvendo produtos derivativos latino-americanos.

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Num segundo estágio, a BM&FBovespa espera promover listagens cruzadas de ações entre as bolsas parceiras, embora numerosos obstáculos regulatórios e relacionados à compensação teriam de ser resolvidos, acrescentou Oliveira.

 

Os planos se seguem a um acordo anunciado recentemente entre as principais bolsas do Chile, Colômbia e Peru para integrarem seus mercados. As informações são da Dow Jones.

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