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Bovespa reduz ganhos seguindo NY e Europa fecha em alta

Investidores estão divididos entre preocupações com recessão e entusiasmo com anúncio de novas medidas

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e da Agência Estado
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As bolsas norte-americanas oscilam nesta terça-feira, 14, com investidores divididos entre as preocupações relacionadas à recessão nos EUA e o entusiasmo com o anúncio de novas medidas pelo governo norte-americano. Os mercados europeus encerraram o pregão em alta, após se manterem no terreno positivo durante toda a manhã. Por aqui, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sustenta nesta sessão o movimento de recuperação iniciado na segunda-feira, quando o Ibovespa disparou 14,66%. Às 13h27 (de Brasília), o índice subia 2,76%, aos 41.956 pontos. Mais cedo, o dólar reduzia a queda a 1,78%, cotado a R$ 2,1020 (máxima), no balcão.   Veja também: Bush anuncia compra de ações de bancos pelo Tesouro dos EUA Em meio à crise, empresas têm que pagar US$ 15 bi ao exterior Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise    O índice Nasdaq opera em baixa praticamente deste a abertura, antes da divulgação do balanço da gigante Intel, previsto para depois do encerramento dos negócios em Nova York. Os balanços das companhias chamam atenção dos investidores nesse momento, por sinalizarem os potenciais efeitos da crise financeira sobre a economia. Às 11h58 (de Brasília), Dow Jones operava em alta de 0,15% e S&P 500 caía 0,13%%. O Nasdaq cedia 2,16%. Entre os papéis que mais perdiam estavam os da Amazon (-5%), Google (-3%), Microsoft (-4%) e da própria Intel (-4,6%).   Na Europa, Londres fechou em alta de 3,23%; Frankfurt valorizou-se 2,70%; Paris registrou alta de 2,75%; Milão subiu 3,46%; e Madri teve alta de 2,70%. Nesta terça, o Banco Central Europeu (BCE) injetou no mercado interbancário US$ 98,403 bilhões com vencimento de um dia e taxas de juros mínimo (marginal) de 0,2%. Segundo informou o BCE, participaram desta operação de refinanciamento extraordinária 67 bancos comerciais da zona do euro. A taxa de juros médios foi de 2,23%, e o BCE estava disposto a injetar até US$ 100 bilhões.   As ações de instituições financeiras dão suporte aos índices Dow Jones e S&P 500 mostrando que os investidores receberam bem as medidas anunciadas hoje pelo governo dos EUA para garantir nova dívida emitida pelos bancos e para injetar recursos nos mesmos, por meio da compra de participação nas instituições. O governo também vai ampliar a garantia a contas não remuneradas. O Tesouro disse que irá investir US$ 250 bilhões em nove grandes instituições financeiras, por meio da compra de ações nas mesmas.   Os analistas entrevistados pela Thomson Reuters esperam que a Intel tenha lucro de US$ 0,34 por ação sobre uma receita de US$ 10,27 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de um lucro de US$ 0,31 por ação sobre uma receita de US$ 10,09 bilhões registrados em igual período do ano passado. Em julho, a Intel previa uma receita entre US$ 10 bilhões e US$ 10,6 bilhões para o terceiro trimestre.   No setor financeiro, os bancos regionais Key Corp e o National City Corp saltaram 31% e 36,5%, respectivamente. As instituições regionais vinham sendo fortemente abatidas por preocupações dos investidores quanto a disponibilidade de capital dos mesmos.   Morgan Stanley (+21%), Merrill Lynch (+18%) e Bank of America (+13%) também estavam entre os maiores ganhos. Executivos das três instituições estavam na segunda no encontro com o Tesouro, o Fed e as agências reguladoras que definiu os detalhes de tal plano. O The Wall Street Journal disse ontem que nove bancos devem receber recursos do Tesouro, pelo programa anunciado hoje, entre os quais estão o Morgan Stanley, o Merrill Lynch e o Bank of America.   O Bank of New York Mellon anunciou, em comunicado, que o Tesouro irá adquirir US$ 3 bilhões em ações e títulos de garantia. Suas ações subiam 8%.   Islândia   Após suspender as negociações no dia 8 de outubro, a bolsa da Islândia retomou nesta terça o pregão com revisões no seu principal índice, o OMXI15, após o preço das ações do Kaupthing Bank, do Glitnir e do Landsbanki, os três maiores bancos do país, serem reduzidos para zero no cálculo do índice. O governo islandês estatizou as três instituições financeiras na semana passada para evitar que fossem à falência.   Com a modificação, o nível de fechamento do índice na última quarta-feira, de 3.004,62 pontos, foi recalculado para 717,26 pontos, queda de aproximadamente 76% em relação ao nível original. Nas operações realizadas nesta terça, o índice revisado caía cerca de 1,66%. As informações são da Dow Jones e agências internacionais.   (com Gustavo Nicoletta, da Agência Estado)

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