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Bovespa resiste à realização e índice supera 67 mil pontos

Por Paula Laier
Atualização:

O mercado acionário brasileiro teve um dia volátil nesta terça-feira, rica em divulgações nos Estados Unidos, em uma sessão de queda nas commodities e nas principais praças financeiras globais. Ainda assim o principal índice local conseguiu encerrar no azul, na máxima do dia e acima dos 67 mil pontos. "Não adianta. Não tem força para realizar", resumiu o sócio da MH Advisors Marcelo Chakmati, citando o pano de fundo internacional com juros em níveis historicamente baixos como principal fator para tal vigor. "Sempre que ensaia uma reversão de curto prazo, entra compra, e com isso não se configura uma reversão de tendência (de alta)", reforçou o gerente de renda variável da Concórdia Corretora, Romeu Vidali. No fechamento, o Ibovespa registrou alta de 0,76 por cento, a 67.317 pontos, tendo registrado na mínima os 65.969 pontos. O volume financeiro do pregão somou 5,44 bilhões de reais. Na visão do sócio da Princípia Capital Management Marcello Paixão, o mercado segue em tendência de alta, sendo que nos últimos dias tem apresentado baixa liquidez e dado uma "respirada". Nesta terça-feira, números sobre os EUA mostraram novamente um quadro misto sobre a recuperação da principal economia do planeta. O desempenho do PIB norte-americano no terceiro trimestre foi revisado para baixo pelo governo, ligeiramente inferior ao esperado, enquanto a confiança do consumidor melhorou acima das previsões em novembro, conforme pesquisa do Conference Board. A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve mostrou maior confiança da instituição em uma retomada sustentada da economia, embora as autoridades sigam preocupadas com o emprego. Em Wall Street, os índices também melhoraram no final da sessão, mas ainda assim encerraram em território negativo. O Dow Jones recuou 0,16 por cento e o S&P 500 perdeu 0,05 por cento. No segmento de commodities a sessão foi marcada por realização de lucros, que levou o petróleo a recuar quase 2 por cento em Nova York, assim como derrubou os preços de alguns metais no exterior. As blue chips brasileiras --costumeiramente influenciadas pelo movimento das matérias-primas-- pressionaram o Ibovespa mais cedo, mas recuperaram-se no final da sessão, reforçando a reação do índice local. Petrobras conseguiu descolar-se do declínio do petróleo e subiu 0,77 por cento, a 39,15 reais. A preferencial da Vale, por sua vez, apreciou-se 0,54 por cento, a 43,10 reais. BOA PERSPECTIVA PARA VAREJO Entre os setores, as ações de varejistas corroboraram o tom positivo, com destaque para Lojas Americanas em alta de 3,91 por cento, a 14,60 reais. Lojas Renner avançou 2,86 por cento, para 38,78 reais. Em relatório, o Deutsche Bank melhorou a recomendação para os papéis da B2W e Lojas Renner de "manter" para "comprar", enquanto manteve "manter" para Lojas Americanas, citando que a perspectiva para o consumo doméstico é encorajadora. Os analistas Renata Coutinho e Reinaldo Santana avaliam que o mercado de trabalho saudável, a disponibilidade de crédito para consumo elevado, mudanças na pirâmide social e incentivos fiscais em alguns segmentos devem levar o consumo interno a ser um dos principais propulsores para o PIB brasileiro. Os papéis de construtoras, por sua vez, sofreram realização de lucros, pesando negativamente. Gafisa recuou 3,55 por cento, para 28,50 reais, e Rossi perdeu 0,84 por cento, a 14,18 reais. Cyrela conseguiu reverter a queda e fechou em alta de 0,20 por cento, a 24,55 reais. O Credit Suisse reiniciou a cobertura de Cyrela com classificação "outperform" (acima da média do mercado) e preço-alvo de 31 reais, além de elevar as estimativas para os ganhos da empresa, citando o aumento de capital e pré-vendas maiores.

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