NÃO FOI DESTA VEZ
Petrobras ameaçou pela manhã uma trégua na trajetória de baixa em função do noticiário relacionado à operação Lava Jato da Polícia Federal, incluindo a chance de baixa contábil em seus ativos, mas não teve sucesso e caiu pelo quarto dia.
As ações preferenciais da petroleira, que chegaram a subir quase 2 por cento e a cair quase 5 por cento durante a sessão, fecharam em queda de 1,2 por cento, a 12,45 reais, renovando a mínima de fechamento em oito meses. As ordinárias caíram 1,6 por cento, também para o menor nível desde março deste ano.
O banco UBS reduziu sua recomendação para as ações ordinárias da petroleira para "neutra", em relatório enviado a seus clientes nesta terça-feira, assim como cortou o preço-alvo do papel para 15 reais ante 20 reais.
Eletrobras também registrou declínio expressivo, de mais de 4 por cento, por temores de que a operação Lava Jato respingue na empresa. Os papéis preferenciais classe B da estatal elétrica ainda tiveram recomendação reduzida para "underperform" pelos analistas do BofA Merrill Lynch.
Vale foi outra pressão negativa, após o minério de ferro no mercado à vista da China cair para perto de 72 dólares por tonelada pela primeira vez em mais de cinco anos. Os papéis da mineradora trabalham em níveis de 2009.
A ajuda dos chamados papéis defensivos, como Cielo, Ambev, Kroton e BB Seguridade, e o avanço em Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, contudo, ajudaram a blindar o Ibovespa.
A empresa de pagamentos eletrônicos Cielo ainda se beneficiou da notícia da véspera de que está em negociações com a BB Elo Cartões Participações, subsidiária do Banco do Brasil, relativas à gestão das transações de cartões de crédito e débito.
No caso do setor bancário, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, sinalizou nesta terça-feira que o BC poderá ampliar o aperto monetário caso seja necessário para domar a inflação.