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Bovespa se recupera e aguarda respostas em setembro

Por JULIANA SIQUEIRA
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em forte alta nesta sexta-feira e conseguiu encerrar agosto, um mês de forte turbulência e volatilidade, no azul. O cenário, entretanto, permanece bastante incerto e analistas esperam ter algumas respostas em setembro. O principal indicador da bolsa paulista subiu 3,37 por cento, para 54.637 pontos, fazendo o Ibovespa registrar ganho de 0,8 por cento em agosto. No pior momento do mês, o índice chegou a ter queda de 17 por cento, atingido pelo aumento da aversão ao risco originada por problemas no setor de crédito imobiliário dos Estados Unidos. O bom humor de investidores nesta sexta-feira foi sustentado pelo discurso do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, que reforçou a aposta em corte do juro nos EUA no curto prazo, e pela notícia de que o presidente norte-americano pretende implementar medidas para contornar a crise das hipotecas [ID:nB779627]. "A volatilidade ainda está muito elevada. O mercado gostou do pacote e do discurso do Bernanke, mas se (a alta da bolsa) é sustentável para frente vai depender muito tanto dos dados que vão sair quanto do fato de o Fed agir ou não", disse Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments-Brasil. O volume financeiro na bolsa paulista na última sessão do mês ficou em 6 bilhões de reais. Segundo estudo da consultoria Economática, o volume mensal da Bovespa em agosto até o dia 30 ultrapassou os 100 bilhões de reais pela primeira vez. Nesta sexta-feira, apenas três papéis do Ibovespa caíram. A blue chip Petrobras foi o papel mais negociado, terminando com valorização de 3,8 por cento, a 52,20 reais. A maior alta foi Cteep TRLP4.SA, que subiu 5,77 por cento, para 40,50 reais. No acumulado do ano, o Ibovespa acumula ganho de 22,85 por cento. Dos últimos onze pregões, o Ibovespa subiu em dez. SETEMBRO O sócio-diretor da m2 Investimentos Luiz Gustavo Medina afirma que as reuniões dos bancos centrais do Brasil e dos EUA em setembro "vão ser fundamentais" para clarear o cenário. "Boa parte da alta desses dias foi pelo fato de as pessoas já estarem fazendo conta de que vai ter corte de juro lá fora (EUA) e como isso conseguiria amenizar o problema do crédito", disse Medina. Outro ponto importante serão os resultados dos principais bancos de investimentos norte-americanos, onde investidores esperam poder começar a quantificar o efeito da crise gerada pelos problemas nas hipotecas de risco na maior economia do mundo. A única certeza de analistas é que o mercado continuará volátil. "Para que volte a ter uma confiança mais sustentável, acho que precisamos ver os dados econômicos dos próximos dois ou três meses", disse Paulo Pereira Miguel, estrategista-chefe da Quest Investimentos. "Estamos num momento ainda de bastante incerteza", concluiu. Segunda-feira, feriado nos Estados Unidos, entra em vigor a nova carteira teórica do Ibovespa, que terá 63 papéis.

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