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Bovespa segue mercados em NY e fecha em queda de 1%

Investidores se amparam em queda de Wall Street e aproveitam para realizar os lucros da segunda-feira

Por Paula Laier e da Agência Estado
Atualização:

Os investidores brasileiros aproveitaram as baixas em Nova York nesta terça-feira, 21, para embolsar parte dos lucros da véspera, quando a Bolsa de Valores de São Paulo subiu mais de 8%. Após as 16 horas, a diminuição das perdas em Wall Street permitiu a recuperação dos negócios domésticos, amparados ainda na reversão da queda nas ações da Petrobras e aceleração da alta dos papéis da Vale. O índice doméstico chegou a trabalhar no azul, mas não se sustentou. A volta de Petrobras para o vermelho e a nova ampliação das baixas nos Estados Unidos levaram o Ibovespa à queda.   Veja também: Consultor responde a dúvidas sobre crise   Como o mundo reage à crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise A cronologia da crise financeira  Dicionário da crise     No encerramento, o índice e registrou declínio de 1,01%, aos 39.043,39 pontos - de 38.083 pontos na mínima (-3,44%) e 39.980 pontos na máxima (+1,37%). O volume financeiro somou R$ 4,382 bilhões. No mês, o índice acumula perda de 21,19% e no ano, de 38,39%.   "As notícias têm reforçado a determinação dos governos e dos bancos centrais em injetar recursos nos bancos e no mercado", afirmou um experiente profissional do mercado financeiro, destacando hoje o pacote de ajuda aos fundos mútuos de mercado monetário nos EUA. "E isso é positivo", afirmou. "Mas o mercado segue com tom negativo por conta da expectativa de recessão. E os indicadores macroeconômicos não têm vindo nada bons", ponderou o profissional. O plano a que ele se refere é a decisão do Fed de financiar até US$ 540 bilhões em compras de dívida de curto prazo dos fundos mútuos de mercado monetário.   Em Wall Street, o noticiário corporativo ofuscou a melhora nos mercados de crédito no exterior e manteve os índices acionários pressionados em território negativo na maior parte do dia. A gigante industrial DuPont e as empresas de tecnologia Texas Instruments e Sun Microsystems divulgaram alerta de resultado, enquanto as taxas de empréstimo entre os bancos seguiram registrando declínio, uma indicação de que o dinheiro começa a fluir no mercado de crédito. À tarde, as bolsas reduziram o declínio, coincidindo com a divulgação do montante de US$ 540 bilhões de ajuda aos investidores do mercado monetário.   A criação do plano já era conhecida desde a manhã, mas o valor só foi noticiado à tarde, e não tinha sido confirmado pelo Fed até o fechamento deste texto. Em Nova York, o Dow Jones encerrou em queda de 2,50%, aos 9.033 pontos; o S&P-500 recuou 3,08%, aos 955 pontos; e o Nasdaq Composite cedeu 4,14%, aos 1.696 pontos. "E a Bovespa está sem tendência, colada nas bolsas dos Estados Unidos. Se lá melhora, aqui melhora e vice-versa", resumiu o diretor de uma corretora em São Paulo. No mercado de crédito, a Libor para empréstimos em dólar para três meses estava em 3,83375%, a mais baixa desde 30 de setembro, de 4,05875% ontem.   Ainda do exterior, a queda nos preços do petróleo corroborou o declínio do Ibovespa, em razão do efeito sobre as ações da Petrobras - apesar de os papéis mostrarem um ensaio de melhora à tarde. Na Nymex, o contrato para novembro da commodity, que venceu hoje, terminou a jornada com queda de 4,53%, a US$ 70,89. Na Bovespa, as preferenciais da Petrobras recuaram 1,54% e as ON caíram 0,98%.   As ações da Vale, por sua vez, sustentaram os ganhos até o final. Conforme apurou a jornalista Lucia Kassai, do AE Empresas & Setores, os papéis encontraram suporte na expectativa positiva em torno dos resultados da Vale, que serão divulgados na quinta-feira, e em rumores, negados pela mineradora, de que a companhia teria feito nova oferta de compra da anglo-suíça Xstrata. Vale PNA encerrou o dia em alta de 1,15% e Vale ON subiu 1,02%.   As ações do setor da construção seguiram entre as maiores altas do Ibovespa, ainda sob efeito da sinalização de que governo brasileiro poderá ajudar as empresas da área em meio aos efeitos da crise financeira internacional, que tende a reduzir a oferta de crédito. O ministro da Fazenda Guido Mantega, informou que o governo está elaborando um sistema para viabilizar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões para financiamento ao setor. Rossi Residencial ON subiu 11,94% e liderou os ganhos no índice, seguida por JBS ON (+10,39%) e Gafisa ON, com +7,41%. As maiores quedas do índice foram registradas por: ALL Unit (-11,79%), BM&FBovespa ON (-5,91%) e Tim Participações PN (-5,87%).   Dólar   O Banco Central vendeu US$ 500,1 milhões em swap cambial e cerca de US$ 300 milhões em dois leilões de venda direta à tarde, mas não conseguiu conter o avanço da moeda no mercado. O dólar pronto renovou as cotações máximas após cada uma dessas três atuações da autoridade monetária. No pico da sessão, após a terceira intervenção, o dólar saltou 6,38%, para R$ 2,252. No fechamento, a moeda desacelerou os ganhos e terminou o dia em alta de 5,62%, a R$ 2,236.   Segundo um operador, a forte demanda no câmbio doméstico refletiu em boa medida a cautela dos investidores com o cenário externo. Parte da pressão sobre o dólar à vista derivou ainda da necessidade de algumas instituições financeiras comprarem moeda à vista, num montante de pelo menos US$ 500 milhões, para devolverem ao BC na quinta-feira (23/10), quando será feita a liquidação do primeiro leilão de venda com recompra, feito em 19 de setembro. Por essas razões, afirmou a fonte, o dólar no mercado à vista iniciou a tarde ampliando os ganhos exibidos desde a abertura.   No mercado de ações, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) oscilou durante todo o dia, alternando momentos de alta e baixa. Às 17h31, o principal índice caía 0,36%, aos 39.300 pontos.

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