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Bovespa segue mercados internacionais e abre em queda

Efeitos da crise financeira na economia real mantêm mercados internacionais na defensiva nesta terça

Por Sueli Cmapo e da Agência Estado
Atualização:

Os efeitos da crise financeira na economia real, que têm levado empresas importantes norte-americanas a pedir concordada, dispensar pessoal, cortar produção e rever para baixo previsões futuras de crescimento, mantêm os mercados internacionais na defensiva nesta terça-feira, 11. E a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) segue o mau humor externo, operando em baixa de 2,24%, aos 35.951 pontos, sem força para sustentar a valorização tímida da véspera, de 0,30%. Veja também: Inflação chinesa recua ao menor patamar em 17 meses Rede varejista de eletrônicos pede concordata nos EUA Presidente do BCE afirma que crise ainda está em andamento Presidente da China diz que pretende cooperar com Obama De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise  Os papéis das empresas ligadas às commodities subiram bastante na Bovespa na segunda-feira por causa da expectativa de reativação da economia chinesa devido ao pacote de estímulo econômico anunciado pelo governo de Pequim, no valor de US$ 586 bilhões. Nesta terça, Petrobras deve seguir no foco das atenções com os investidores esperando para depois do fechamento o balanço da companhia. As ações da estatal abriram em baixa, seguindo a queda de mais de 4% do preço do petróleo. Mas a queda pode ser amenizada pela expectativa de mais um resultado recorde no trimestre. Analistas ouvidos pela AE esperam novo lucro recorde, de R$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma alta de 71,8% em relação ao apurado entre julho e setembro de 2007. Também depois do fechamento sai o resultado de Eletrobrás, BM&FBovespa, Itaúsa, Cemig. Os índices futuros em Nova York operam em baixa de 1,6%, e na Europa as perdas se aproximam de 3%, diante das perspectivas pessimistas para os resultados das empresas. Por ser feriado nos EUA (Dia do Veterano), embora as bolsas e o mercado de commodities funcionem normalmente, a liquidez deve ser reduzida. Nesta terça, a fabricante de alumínio Alcoa anunciou que vai cortar sua capacidade anual de produção em suas usinas de fundição em todo o mundo em mais 350 mil toneladas. Isso eleva o montante total de redução das usinas da Alcoa para 615 mil toneladas por ano, valor que representa 15% de sua produção anualizada. Os cortes terão início imediato. Ásia Na Ásia, realizações de lucros em instituições de crédito chinesas e em companhias de commodities depois de elas terem tido fortes altas após o anúncio do pacote chinês de US$ 586 bilhões para estímulo à economia levaram a Bolsa de Hong Kong a sofrer forte baixa. O índice Hang Seng tombou 4,8% e fechou aos 14.040,90 pontos. A queda da inflação ao consumidor na China (4% em outubro, ante 4,6% em setembro) reforçou as preocupações dos investidores com a redução da atividade econômica local, o que fez as Bolsas chinesas fecharem em baixa. Com pesado volume de negociações, o índice Xangai Composto recuou 1,7% e fechou aos 1.843,61 pontos. Já o Shenzhen Composto fechou com queda de 0,6%, aos 494,54 pontos. A Bolsa de Tóquio também fechou em queda, pressionada pela valorização do iene e por novas preocupações sobre a economia dos EUA, deixando de lado o otimismo que se seguiu ao anúncio do pacote do governo chinês. O índice Nikkei 225 caiu 272,13 pontos, ou 3%, para 8.809,30 pontos. A Bolsa de Taipé, em Taiwan, sofreu com as previsões pessimistas para a economia doméstica e global. Com moderado volume de negociações, o índice Taiwan Weighted caiu 2,2% e encerrou aos 4.638,57 pontos. Na Coréia do Sul, o índice Kospi da Bolsa de Seul caiu 2,1% e fechou aos 1.128,73 pontos. Na Austrália, a Bolsa de Sydney foi puxada para baixo pelas ações do setor bancário, que tiveram forte queda depois que o Citigroup cortou a recomendação das ações da Asciano, a maior operadora de portos do país. O índice S&P/ASX 200 teve baixa de 3,6% e encerrou em 3.960,9 pontos, em um mercado já pessimista depois da queda em Wall Street.

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