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Bovespa segue Wall St e sobe à espera de corte de juro nos EUA

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Por Redação
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A expectativa de um novo corte de juros nos Estados Unidos animou Wall Street, imprimindo um ritmo de recuperação à Bolsa de Valores de São Paulo nesta segunda-feira. O Ibovespa fechou em alta de 1,97 por cento, aos 58.593 pontos. O volume negociado no pregão foi de 6,2 bilhões de reais. Apesar da recuperação, o mercado continua volátil. Os temores de que a economia norte-americana esteja mais próxima de uma recessão continuam a instigar a instabilidade dos negócios, afetando mercados da Ásia à Europa. Para Roberto Luis Troster, sócio da financeira Integral Trust, a volatilidade dos mercados externo e interno deve continuar ao longo desta semana e provavelmente na próxima. Ele ressaltou, porém, que o Brasil está bem preparado para enfrentar o cenário externo desfavorável. "É a primeira vez que temos uma crise de fora para dentro e estamos preparados. Temos uma boa reserva financeira", afirmou. "A queda dos juros nos EUA não é um bom sinal, é um recurso que mostra que a crise é séria. Ainda não se sabe se é algo que vai durar alguns meses ou até um ano", ponderou Troster. Na semana passada, o Fed surpreendeu o mercado e cortou o juro básico em 0,75 ponto percentual, para 3,5 por cento. A próxima decisão do banco central dos EUA, desta vez em reunião formal, sai na quarta-feira. Também na quarta-feira o mercado também espera a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre. DADOS FRACOS NOS EUA Segundo o economista Daniel Gorayeb, analista da corretora Spinelli, alguns dados ruins divulgados nos EUA nesta segunda-feira cooperaram para o aumento das expectativas de corte do juro. Entre eles estão as vendas de imóveis novos que caíram 4,7 por cento em dezembro, para o menor nível dos últimos 13 anos. "Apesar dos dados serem ruins, o mercado entendeu isso como um fator que vai pressionar ainda mais o Fed a cortar juros e reagiu de forma positiva", disse Gorayeb, acrescentando que o centro das apostas do mercado está num corte de 0,50 ponto percentual. Ele também acredita que o mercado vai continuar volátil nos próximos dias. "Há uma incerteza sobre o tamanho das perdas no mercado de crédito nos EUA", afirmou o economista. Gorayeb afirmou que é difícil prever até quando essas incertezas permanecerão. Entre as ações com mais peso para o desempenho final do Ibovespa, as da Vale apresentaram alta de 0,26 por cento, a 50,25 reais. As ações da Petrobras estiveram entre as maiores valorizações do dia: de 5,38 por cento, sendo negociadas a 80,87 reais. Ainda entre as maiores altas, destacaram-se a Telemar, com avanço de 7,87 por cento, e Vivo, com valorização de 6,99 por cento. (Reportagem de Cláudia Pires)

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