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Bovespa sobe 2,3%; Braskem lidera com compra da Ipiranga

O dólar encerrou o dia cotado a R$ 2,0790, em baixa de 0,67%

Por Agencia Estado
Atualização:

A melhora no cenário internacional combinado a um acordo conjunto para compra do grupo Ipiranga fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abrir a semana com alta de 2,3%. O Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa - encerrou a segunda-feira aos 43.712 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 4,29 bilhões, inflado pelo exercício de opções (operação de mercado futuro), que movimentou R$ 1,184 bilhão. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,0790, em baixa de 0,67% em relação aos últimos negócios de sexta. Antes da abertura do pregão nesta segunda-feira, a Braskem, a Petrobras e o Grupo Ultra anunciaram acordo para aquisição dos ativos da Ipiranga por cerca de US$ 4 bilhões. As ações da Braskem lideraram os ganhos no Ibovespa, com alta de 15,86%, para R$ 15,85. A Petrobras registrou ganho de 2,19%, a R$ 41,10. Em relatório, a Merrill Lynch avaliou que a compra dos ativos de distribuição da Ipiranga "irão aumentar fortemente a posição geral da (Petrobras) nos negócios de distribuição de combustível". "Embora uma avaliação final dos efeitos financeiros ainda irá esperar mais definições, parece que, apesar do preço elevado de compra, o custo geral... deve ser facilmente financiado", completou a nota. Para Kelly Trentin, analista da SLW, a operação trouxe "uma movimentação grande para a bolsa, principalmente porque envolve a Petrobras, que é a ação mais líquida". Na contramão, as preferenciais (PN, sem direito a voto) da Ipiranga Petroquímica foram destaque de baixa, com recuo de 5,35%, a R$ 22,10 reais. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando a alta das ações da Ipiranga na sexta-feira para averiguar a possibilidade de uso de informação privilegiada nas transações. Incertezas A analista da SLW destacou que a tranqüilidade nos mercados externos deu espaço para que a Bovespa se recuperasse, mas lembrou que ainda restam dúvidas sobre a economia dos Estados Unidos. "O mercado está esperando para ver, esperando esse momento de incerteza maior com variáveis dos EUA passar para se posicionar mais com os mercados emergentes", disse a profissional. "Vejo oportunidade para recuperação, mas a incerteza ainda é grande." O principal fato na pauta econômica mundial desta semana é a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), que anuncia a decisão sobre a taxa de juro norte-americana na quarta. A expectativa do mercado é de manutenção do juro em 5,25%, e o comunicado pode trazer mais sinais sobre o rumo da política monetária. Além disso, o mercado analisará diversos dados sobre o mercado imobiliário dos EUA, que tem estado em foco por conta dos problemas no setor de crédito imobiliário a clientes de alto risco. Para a corretora Spinelli, os números podem "trazer mais volatilidade e tensão para as bolsas, se vierem fora das previsões, reacendendo o medo de futura recessão na economia americana." Nesta segunda-feira, as ações norte-americanas fecharam em forte alta, depois que o banco britânico Barclays e o holandês ABN AMRO anunciaram que estão em conversações para fusão, dando impulso às ações do setor financeiro. O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, avançou 0,96%. A Nasdaq - bolsa que negocia ações do setor de tecnologia e internet - subiu 0,92%.

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