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Bovespa sobe no dia animado por Fed, mas perde 7,7% na semana

Por JULIANA SIQUEIRA
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta nesta sexta-feira, mas acumulou queda de 7,7 por cento na semana diante de preocupações de que os problemas com crédito imobiliário de risco nos Estados Unidos cheguem às empresas e à economia. O principal indicador da bolsa paulista encerrou o dia em alta de 1,13 por cento, a 48.558 pontos, com discreta recuperação depois de seis dias seguidos de baixa. Em Nova York, o índice de ADRs brasileiros disparou 4,5 por cento. "Tivemos o Fed tomando uma atitude, mas ainda não é de redução do juro na ponta que precisa ser e o risco continua elevado. Quem está fazendo a inibição de uma evolução rápida do mercado (brasileiro) é o próprio (investidor) local também. E o estrangeiro não está na ponta de compra ainda", disse Nami Neneas, responsável pelo setor de renda variável do Banif Primus. O Federal Reserve reduziu o juro cobrado nos empréstimos a bancos comerciais em 0,5 ponto, movimento para acalmar os mercados mundiais em meio aos temores de liquidez restrita. A bolsa teve uma sessão bastante volátil: na máxima, o principal indicador subiu 3,3 por cento e, na mínima, caiu 2,4 por cento. O volume financeiro foi de 6,6 bilhões de reais, acima da média diária de pouco mais de 4 bilhões de reais. "Embora o Fed tenha tentado acalmar os mercados, o pessoal ainda está muito cauteloso, porque a situação toda ainda não está resolvida. Ainda existe o risco de novos fundos aparecerem com problemas... Isso tira um pouco o ânimo", disse o gestor de uma corretora nacional que preferiu não ser identificado. MOMENTO DE COMPRA? Neneas, do Banif, acrescentou que "compraria nesse nível de preço", já que o mercado está 10 mil pontos mais barato, "mas tem muita gente assustada". "A grande massa tomou um susto ontem", disse. No pior momento da quinta-feira, o Ibovespa perdeu quase 9 por cento. "Não dá para falar em recuperação rápida agora. É importante ver que temos um cenário bacana para o Brasil, mas não está claro o que vai acontecer lá fora. Enquanto a gente tiver essa possibilidade de novos nomes no mercado, nós vamos sofrer ainda." A corretora Fator divulgou relatório elevando a recomendação de nove papéis e reforçando a recomendação de compra de outros 17. "Em função das recentes quedas das ações sem alterações nos fundamentos das companhias, várias opções de investimento tornaram-se atraentes novamente", escreveu a corretora. Os dois papéis mais negociados da bolsa fecharam em rumos opostos. Petrobras caiu 1,28 por cento e Companhia Vale do Rio Doce avançou 1,81 por cento. Entre os destaques de alta ficaram papéis do setor de alimentos. Perdigão subiu 8,4 por cento e Sadia teve alta de 6,1 por cento. A estreante Cosan Limited, que não pertence ao Ibovespa, subiu 0,29 por cento, enquanto a subsidiária Cosan S.A. perdeu 2,38 por cento.

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