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Bovespa sobe quase 5% e apaga as perdas da semana e do mês

Por Alessandra Taraborelli
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Cenário: A esperança de que as autoridades europeias não deixarão a crise piorar para cuidar apenas dos sobreviventes despertou tamanho apetite por risco nos mercados globais que a Bovespa recuperou, apenas ontem, mais de 2.500 pontos, alavancada pela atuação de estrangeiros na ponta compradora. Os negócios já vinham bem desde cedo, com a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) volte a comprar, em breve, títulos soberanos de Espanha e Itália. O otimismo foi reforçado pelo resultado acima do previsto do PIB norte-americano - de 1,5% no segundo trimestre - e pelas declarações dos chefes de Estado de Alemanha e França, de que farão de tudo para preservar a zona do euro. No início da tarde de ontem, porém, veio a informação que fez os negócios dispararem de vez. Fontes afirmaram que o presidente do BCE, Mario Draghi, irá propor não apenas a compra de bônus dos países mais necessitados, mas também uma nova redução de juros e mais uma operação de refinanciamento de longo prazo do sistema bancário da zona do euro, conhecida como LTRO. Foi o estopim para que a Bovespa subisse, em menos de 30 minutos, mais de 1.000 pontos. No fim, terminou com ganho de 4,72%, aos 56.553,12 pontos, com destaque para o avanço de OGX ON (+12,75%), Petrobrás ON (+5,32%) e Vale (4,05%). Apenas duas ações do índice fecharam em queda.O dólar em relação ao real, por outro lado, terminou em trajetória oposta ao comportamento baixista da divisa dos EUA no exterior. O otimismo generalizado que o fez cair ao redor do globo foi ofuscado no mercado doméstico por rumores de que o Banco Central estaria disposto a não rolar os contratos de swap - equivalentes a compra de moeda no mercado futuro - que vencem em 1º de agosto. Já contando com a possibilidade de que a atuação do BCE mudará o cenário dos mercados financeiros, essa seria uma forma de administrar a liquidez, evitando excessos. Além disso, continua a percepção de que a moeda deve permanecer em uma faixa informal estreita de negociação. Ontem, o dólar à vista no balcão subiu 0,05%, a R$ 2,0240. O mercado de juros comprou a ideia de que o BCE deve mesmo atuar e que isso, consequentemente, tiraria o espaço para o BC prolongar o afrouxamento monetário para além do corte de 0,50 ponto porcentual da Selic já dado como certo para agosto. Assim, as taxas subiram e os investidores diminuíram drasticamente as apostas de que a taxa básica será reduzida novamente em outubro.

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