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Bovespa vira no final do pregão e fecha em alta de 1,32%

Investidores aproveitam redução de perdas em NY e vão às compras; alvo foram ações ligadas às commodities

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo inverteu a tendência de queda no final da tarde desta terça-feira, 11, ajudada pela redução das perdas nos mercados de Nova York. O principal índice fechou em alta de 1,32%, aos 37.261 pontos. No mês, a Bovespa voltou a subir, apenas 0,02%, mas continua tendo queda no ano, de 41,67%. Por causa do feriado do Dia do Veterano nos EUA, o giro financeiro foi um pouco menor e totalizou R$ 3,354 bilhões. Os dados são preliminares.   Veja também: Crise financeira afeta atividades da GM nos EUA e Brasil De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise  Entenda a disparada do dólar e seus efeitos   Os investidores aproveitaram a trégua dada por Wall Street para ir às compras, principalmente de ações ligadas às commodities, ainda na esteira do pacotão chinês, anunciado domingo. Vale virou para cima e as siderúrgicas, que já vinham exibindo altas, ampliaram os ganhos. Às 18h18, o Dow Jones perdia 1,48%, o S&P, 1,75%, e o Nasdaq, 1,54%. As perdas mais cedo eram muito maiores, diante das notícias ruins que continuam pipocando nos Estados Unidos.   Nesta terça, a construtora Toll Brothers e a rede de cafeterias Starbucks divulgaram queda nos resultados trimestrais, enquanto a American Express ganhou rápida aprovação do Federal Reserve para se tornar uma holding bancária e, assim, poder ter acesso ao fundo de resgate do governo de US$ 700 bilhões. Já a Alcoa anunciou um corte maior da produção de aço. Tais informações reforçam a percepção de que a inclinação dos consumidores aos gastos está piorando. "Não parece que vai melhorar, não importa quanto dinheiro vão jogar nas financeiras", disse um operador, segundo a Dow Jones.   O setor automotivo ilustra bem os efeitos da crise na economia real. As montadoras norte-americanas estão enfrentando problemas severos que terão que contar com a mão estatal para serem solucionados. O ícone desta safra ruim é a General Motors e sua saúde financeira debilitada. Seus papéis foram cotados hoje no menor valor desde 1943 no intraday, a US$ 2,76. Além dela, os investidores também estão preocupados com as fabricantes de autopeças, que podem sofrer com a falta de caixa das montadoras e deixarem de receber em caso de concordatas.   O fato de as concordatas estarem se replicando também é um viés que contribui para manter esse clima de incerteza no ar. Ontem, a Circuit City pediu concordata e há uma grande chance de a GM fazer isso em breve. "Esse movimento tem que cessar para o dinheiro voltar ao mercado acionário", prognosticou o gestor da corretora Umuarama Rafael Moysés.   Por trás desse quadro nebuloso, no entanto, estão as injeções de recursos por parte dos governos para tentar impedir uma recessão e trazer de volta a normalidade às economias. E na brecha que houve hoje, a notícia do pacote bilionário do governo chinês encontrou espaço para ecoar na Bovespa, especialmente nas ações ligadas às commodities. A blue chip Vale, que vinha caindo desde a abertura, virou para cima e fechou com ganhos de mais de 1%. As ON avançaram 1,25% e as PNA, 1,23%.   O diretor-executivo de Ferrosos da empresa, José Carlos Martins, esclareceu no final da tarde a mineradora desistiu de fazer um novo reajuste de 12% no minério vendido para siderúrgicas do Japão, Coréia e algumas da China, a partir de primeiro de setembro. A renegociação deveu-se ao novo cenário da economia mundial, com queda de demanda por produtos siderúrgicos. Os percentuais contratuais acertados em abril deste ano com reajustes entre 65% e 71% foram mantidos. Gerdau PN subiu 6,3%, Metalúrgica Gerdau PN, 3,78%, CSN ON, 3,54%, Usiminas PNA, 0,08%.   Petrobras chegou a subir, mas não sustentou os ganhos. Caiu 1,84% a ON e 0,17% a PN. Depois do fechamento do mercado, a estatal divulga seu balanço trimestral, para o qual o mercado espera um lucro de R$ 9,5 bilhões, na média. Em Nova York, o contrato do petróleo para dezembro recuou 4,94% e fechou a US$ 59,33, o menor preço em 19 meses.   O setor elétrico também esteve na ponta de ganhos. Eletrobrás ON subiu 10,51% e PNB, 9,91%, respectivamente segunda e terceira maior alta do Ibovespa. A empresa vai divulgar hoje seu balanço trimestral e os analistas ouvidos pela AE estimam lucro líquido de R$ 1,511 bilhão no período, revertendo um prejuízo de R$ 174 milhões verificado em igual intervalo do ano passado.

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